terça-feira, janeiro 16, 2007

currupção nos centros de inspecção

GNR detém inspector de automóveis

Helga Nobre Sines

A GNR de Sines deteve anteontem um funcionário do Centro de Inspecção de Veículos local por corrupção passiva. O indivíduo de 31 anos, foi detido quando recebia 50 euros de um militar que se encontrava à civil em troca da aprovação da inspecção do seu carro. A viatura apresentava problemas no sistema de travões.
Nuno Gonçalves, comandante do posto da GNR de Santiago do Cacem, referiu ao CM que na origem da detenção esteve “a denúncia do cidadão”. O queixoso, militar da GNR a exercer funções no serviço marítimo de Sines, denunciou o caso no posto da cidade. Mais tarde acompanhado por militares, que se mantiveram á distancia, voltou ao centro de inspecções e aceitou a proposta do funcionário residente em Sines, foi detido. Presente ao tribunal de Santiago do Cacem o individuo ficou a aguardar o processo em liberdade.
Contactado pelo nosso jornal, Paulo Pereira, substituto do responsável técnico do centro de inspecção de Sines não quis prestar declarações pelo sucedido. Na sede do Centro de Inspecção Mecânica em Automóveis, em Carregado do Sal, os administradores também não quiseram comentar o caso.

noticia retirada do correio da manha 01 de novembro de 2006

comentario

Aqui está bem presente um comportamento, que todas as pessoas minimamente éticas não devem seguir. Na análise global a esta notícia apercebo-me que este comportamento tende a desacreditar a credibilidade de todos os que trabalham no sector, criando desconfiança entre os clientes como prejudicando o relacionamento inter-pessoal dentro das empresas, criando uma má imagem a um sector tão jovem e vasto como este, lembro que este é um sector jovem e foi criado em 1994 e são realizadas cerca de 5 milhões de inspecções por ano, divididas por três categorias (ligeiros, pesados e reboques). Efectuando uma maior análise a esta notícia, posso concluir que o único culpado nesta notícia não é só “aquele” inspector que a troco de cinquenta euros vendeu a sua honra e perdeu a dignidade, mas também colegas de trabalho, porque nunca repararam que o seu parceiro de trabalho o qual passam oito horas por dia cometia essas acções, os responsáveis técnicos não repararam que o inspector tinha um comportamento estranho com determinados clientes, ou quando realizavam a supervisão obrigatória nunca houve um movimento/comportamento estranho, será que os clientes porque se interessava a alguns, outros poderiam ter denunciado ou alertado as entidades competentes que o inspector em causa tinha esses comportamentos tão pouco éticos. Para alem de todas as pessoas com quem este indivíduo se relacionava, há que lembrar que existem equipas de fiscalização autónomas e independentes por parte da Direcção Geral de Viação, no qual o seu trabalho consiste em aparecer de surpresa nos centros de inspecção e realizar contra inspecções aos veículos quando terminam a inspecção, e até mesmo realizar inspecções surpresa nas estradas.
Desta forma no meu entender o principal responsável é sem duvida o técnico mas no fundo a minha grande duvida é: será que o inspector em causa foi o único que teve um comportamento pouco ético? (Há que relembrar que o inspector pretendia a passar um veiculo com anomalias nos travões uma das mais graves que o automóvel pode ter e que lhe dá o direito de ficar imobilizado)
Na minha opinião todos tiveram mal, uns com mais ou menos responsabilidade, mas no fundo houve um que por um comportamento incorrecto acabou por acarretar todas as culpas e agora terá que pagar por esse crime.
Mas também, como tenho algum conhecimento na matéria talvez consiga arranjar alguns motivos que possam levar um ser humano a cometer esses actos (mas nunca, nunca uma situação que desculpe esta situação gravíssima), neste caso não sabemos a realidade da pessoa em questão quer a nível pessoal quer a nível profissional, mas ao que parece este comportamento é tolerado e talvez seguido por alguns colegas seus e mesmo superiores, se por um lado é difícil lidar com pressão de ter que reprovar o veiculo a alguém, por outro lado o facto de o nome ser chamado de (inspecção periódica OBRIGATORIA) provoca uma reacção negativa no cliente, mas também na maioria das vezes quando se colocam peças novas nos travões muito dificilmente o veiculo dá os valores exigidos por lei, será que alguém tem a capacidade para realizar vinte ou trinta inspecções com o mesmo rigor que realizou a primeira? Nalguns casos existe pressão para se aprovarem os veículos, é que como negócio que é, o importante é ter clientes, assim os centros de inspecções que são da propriedade de privados interessa-lhe ter clientes, e na maioria dos casos, os clientes mesmo que sejam muito eticamente correctos preferem ir a um centro que aprove todos os carros do que optar por um centro que seja muito correcto e que reprove um carro porque uma luz da matricula não funcione ou porque o lava vidros traseiro não deite água, e que cumpra rigorosamente a lei. Há também pessoas que quando estão a fazer a inspecção ao seu veículo reparam muito no rigor da inspecção do veículo da frente mas no fundo se o carro dele tiver uma coisinha mínima e o carro e possa ser facilitado até prefere que assim seja e por uns momentos esquecer a ética.
Mais grave é que ouvimos nos na televisão, nos jornais, nas noticias… Todos os dias lemos vimos e ouvimos sobre processos tão mediáticos como apitos dourados, casas pias, tantos que ás vezes até já parece normal.
Por outro lado existem pessoas que nos elucidam e que nos fazem pensar e trabalhar sobre os comportamentos éticos, sobre as vantagens de os usar e os praticar.
Na certeza porém que o comportamento deste inspector é para ser lembrado mas não é para ser seguido.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.