quinta-feira, janeiro 18, 2007

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=29612


Código de Ética entregue a Bento XVI por empresários e gestores portugueses


O respeito e a promoção do projecto de vida dos trabalhadores é uma das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o Código de Ética, que foi hoje entregue ao Papa Bento XVI, no Vaticano. Assinado por mais de 400 gestores e empresários portugueses, o Código de Ética recomenda a defesa da dignidade dos homens que colaboram nas empresas, o que passa pelo respeito do projecto de vida dos trabalhadores, dando especial atenção à sua felicidade familiar.
Evitar práticas discriminatórias e estabelecer uma remuneração justa, ponderada pela realidade do sector económico, são outras das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o documento. No que se refere à economia social de mercado, o Código de Ética defende o cumprimento das leis do país, a promoção de uma concorrência leal e honrada e a luta contra todas as formas de corrupção activa ou passiva, entre outras.
O Código de Ética, entregue ao Papa pelo presidente Associação Cristã de Empresários e Gestores de Empresas (ACEGE), João Alberto Pinto Basto, define ainda que os colaboradores devem ser informados de forma adequada e honesta sobre a vida da empresa e que de- vem ter condições de trabalho que respeitem a dignidade e a saúde.
A audiência desta manhã contou com cerca de 8.000 pessoas; a ACEGE esteve representada por 112 membros. O encontro, inicialmente pedido pela UCID - Associação italiana similar à ACEGE - foi posteriormente aberta a todos os membros das associações filiadas na UNIAPAC, como é o caso da ACEGE.
Complementarmente à audiência, a ACEGE organiza, de 2 a 5 de Março um programa de visita aos mais importantes lugares religiosos de Roma e Vaticano.

Comentário:

Escolhi esta notícia porque acho interessante o seu tema que é a criação de um código de ética para gestores e empresários.
Código de ética pode ser definido como um documento escrito, formal, que enuncia diversos padrões morais tendo em vista orientar e inspirar os comportamentos dos seus colaboradores.
Nos dias de hoje, e se recorrer-mos a outras profissões, todas elas (ou a maior parte) estão assentes num código de ética capaz de melhor orientar o trabalho de cada trabalhador.
Se recorrer-mos a este código para termos uma melhor percepção do mesmo, vemos que este está baseado em 6 princípios fundamentais, que são o homem, a empresa, a ética pessoal e empresarial, a economia social de mercado, a rentabilidade e dignidade humana e ainda a excelência no trabalho e na acção empresarial.
Em todos os princípios temos uma referência ao homem, que é visto como o centro de todo um princípio ético.
Como se trata da criação de um código de Ética de gestores e empresários à ainda, uma ligação à empresa, como modo de melhor satisfação não só dos trabalhadores, como clientes e ainda dos fornecedores. Se algo está mal no mundo da gestão e dos empresários é necessário alterar e, nada melhor que um código para corrigir possíveis falhas. Há que criar uma atmosfera positiva, produtiva, baseada na ética.
Alguns de nós ainda se perguntam, quais as razões para a empresa ser ética. Pois bem a resposta é simples pois o comportamento ético é a única maneira de obtenção de lucro com um pouco de moral. A sociedade tem exigido que a empresa sempre lute pela ética nas relações com os seus clientes, fornecedores, competidores, empregados, governo e publico em geral.
Assim este código de ética vai ser bem útil no mundo dos gestores e das empresas. Este código vai servir para orientar o desempenho de empresas nas suas acções e na sua interacção com o público. Para a concretização deste relacionamento, é necessário que a empresa desenvolva o conteúdo do seu código de ética com clareza e objectividade, facilitando a compreensão dos seus funcionários. Se cada empresa elaborar o seu próprio código, especificando a sua estrutura organizacional, a actuação dos seus profissionais e colaboradores poderá orientar-se através do mesmo.
Todos nos sabemos que o sucesso da empresa depende das pessoas que a compõem, pois são elas que transformam os objectivos, metas, projectos e até mesmo a ética em realidade. Por isso é importante a consciencialização e comprometimento do indivíduo com o código de ética.
O código de ética costuma trazer para a empresa harmonia, ordem, transparência, tranquilidade, em razão dos referenciais que cria, deixando assim um espaço decorrente do cumprimento da sua missão e dos seus compromissos.
Assim sendo, a conduta ética das empresas é o reflexo da conduta dos seus profissionais. Tal conduta não se limita ao mero cumprimento da legislação, sendo o resultado da soma dos princípios morais de cada um dos seus integrantes.
Na minha opinião acho que todos os empresários e gestores de Portugal deviam adoptar um código de ética deste tipo e não só os empresários e gestores que pertencem à Associação Cristã de Empresários e Gestores de Empresas, pois um código de ética orienta o funcionamento de uma empresa e as relações internas e externas da mesma.
É verdade que para todos os empresários e gestores portugueses adoptarem um código de ética é necessário que haja um organismo (como há a ordem dos médicos, a câmara dos técnicos oficiais de contas, entre outros) capaz de o por em funcionamento, de o fazer cumprir e com a capacidade de aplicar sanções sempre que se verifique o desrespeito do mesmo, pois só assim é viável a construção de um código de ética.

1 comentário:

André Pinheiro nº4347 disse...

Decidi comentar esta notícia porque acho interessante o seu tema que é a criação de um código de ética para gestores e empresários, dado que estas mesmas profissões estão directamente relacionadas com o curso que estou a frequentar, e quiçá poderei adoptar os princípios definidos neste código. Este código foi criado pela ACEGE (associação cristã de empresários e gestores), referida nessa notícia, que é constituída por mulheres e homens ligados às empresas, e tem por missão inquietar e mobilizar as consciências das pessoas envolvidas no mundo das empresas, divulgando os valores partilhados pelos seus membros e a doutrina social da Igreja que os exprime.
Trata-se de uma associação assumidamente católica que quer contribuir, através de uma atitude frontal de afirmação e esclarecimento, para fortalecer a sociedade civil, ajudando a difundir uma cultura de responsabilidade.
É de saudar a iniciativa da ACEGE de elaborar um código de conduta ética para empresários e gestores.
Este código tem como principal finalidade, inspirar os empresários e os gestores que não tenham como objectivo a conduta ética. Para a ACEGE os empresários e os gestores têm uma missão a exercer na construção da sociedade e no desenvolvimento da vida económica do país. Todos nós sabemos que a sociedade portuguesa evidencia um sentimento de forte desconfiança em relação a quem conduz os seus destinos nomeadamente os empresários e os políticos. É necessário mudar esta ideia negativa, pois os empresários são a força vital que um país tem para aumentar a capacidade de produção e riqueza. É neste sentido que o código foi implantado para que os empresários realizem a sua actividade de forma ética, isto conduz ao aumento de confiança da sociedade perante estes, e por conseguinte leva ao desenvolvimento das empresas e do país. Os empresários têm que desenvolver as suas empresas com transparência, deixando de parte a ideia do “subsídio fácil”. Outra das principais razões É de saudar a iniciativa da ACEGE de elaborar um código de conduta ética para empresários e gestores.
Este código tem como principal finalidade, inspirar os empresários e os gestores que não tenham como objectivo a conduta ética. Para a ACEGE os empresários e os gestores têm uma missão a desempenhar na construção da sociedade e no desenvolvimento da vida económica do país. Todos nós sabemos que a sociedade portuguesa evidencia um sentimento de forte desconfiança em relação a quem conduz os seus destinos nomeadamente os empresários e os políticos. É necessário mudar esta ideia negativa, pois os empresários são a força vital que um país tem para aumentar a capacidade de produção e riqueza. É neste sentido que o código foi implantado para que os empresários realizem a sua actividade de forma ética, isto conduz ao aumento de confiança da sociedade perante estes, e por conseguinte leva ao desenvolvimento das empresas e do país. Os empresários têm que desenvolver as suas empresas com transparência, deixando de parte a ideia do “subsídio fácil”. Outra das principais razões é quando por exemplo os empresários e gestores têm que tomar decisões de grande complexidade e de conflito de interesses, sob fortes pressões, estes necessitam de algum suporte para a sua decisão, logo este código vai ajudar a decidir de forma mais ética.
Este código apresenta como princípios fundamentais: o Homem, a empresa, a Ética pessoal e ética empresarial, a Economia social de mercado, a Rentabilidade e dignidade humana e a Excelência no trabalho e na acção empresarial.
Algumas das obrigações éticas presentes neste código, e que estão explicitas nestas notícias são: “Estabelecer uma remuneração justa, ponderada pela realidade do sector económico, pelas possibilidades reais da empresa e pelo mérito e especificidade dos colaboradores” (como estabelece o capítulo III, ponto 1 desse código); “Fazer a selecção e o acompanhamento dos colaboradores com base na sua competência para o projecto da empresa, evitando todas as práticas discriminatórias” (III, 1); “Cumprir com respeito as leis do país onde a empresa opera”(III, 2.1) ; “Promover uma concorrência leal e honrada, numa atitude de boa fé em toda a actuação no mercado” (III, 2.1); “ Lutar activamente contra todas as formas de corrupção, activa ou passiva, eliminando qualquer forma de pagamentos, favores ou cumplicidades no sentido de obter vantagens ilícitas, tendo particular atenção, nomeadamente, a todas as formas subtis de corrupção, como, por exemplo, as ofertas, dadas ou recebidas, de clientes e ou fornecedores” ( III, 2.1) ; “Informar os colaboradores de forma adequada e honesta sobre a vida da empresa, estimulando a sua participação de acordo com as suas capacidades, e manter uma relação leal com os órgãos representativos dos colaboradores, sempre que existentes”( III, 2.1) ; e “Oferecer condições de trabalho que respeitem a dignidade e a saúde dos colaboradores e possibilitar oportunidades de formação que desenvolvam as suas competências e capacidades” ( III, 1)
Na minha opinião este código apresenta vantagens e, por outro lado, alguns inconvenientes: tem como vantagens o facto de ter como objectivo um funcionamento honesto e regular do mercado; dá a noção que a empresa só ganha sentido nos fins sociais que busca; o ênfase à dignidade humana e aos direitos fundamentais dos indivíduos em relação ao objectivo da rentabilidade e do lucro; e a obrigação de salvaguardar a justiça social. E tem como inconvenientes: facto de ser um código ser assumidamente cristão, facto pelo qual não pode ser utilizado à partida por todos os gestores e empresários, especialmente aqueles que são de religião diferente; a falta de atenção para com a duração e os horários de trabalho, de modo a conciliar melhor a vida profissional dos colaboradores com a vida pessoal; a falta de atenção para com a duração e os horários de trabalho, de modo a conciliar melhor a vida profissional dos colaboradores com a vida pessoal; e as obrigações fiscais, além duma questão de “lealdade para com o Estado”, deveriam ser consideradas como parte integrante da responsabilidade social da empresa.