terça-feira, janeiro 16, 2007

Fátima L. - Bebé agredida na cama

Fátima L. – Pai e mãe começam amanhã a ser julgados – Bebé agredida na cama

Pai embrulhava-a em lençóis ou cobertores para não deixar marcas.

É um cenário de desprezo pela vida humana aquele que os três juízes do Tribunal de Viseu vão enfrentar a partir de amanhã, quando à sua frente, no banco dos réus, se sentarem os pais de Fátima L., a bebé de Moselos abusada sexualmente e agredida por ambos os progenitores. Sérgio A. e Cátia S., de 23 e 21 anos, são acusados em co-autoria de um crime de ofensas agravado e de um crime de ofensas à integridade física qualificada.
O casal encontra-se em prisão preventiva e terá infligido os maus-tratos à filha desde que esta nasceu e durante um mês e meio, no último trimestre de 2005. a investigação realizada na sequência do internamento hospitalar da bebé terá concluído pela existência de um cenário de abusos e agressões continuados.
Quando chorava, o pai envolvia a bebé num lençol ou cobertor – para não deixar marcas – e agredia-a com martelos e tábuas. Também lhe dava bofetadas e murros na cara. Alguns destes actos seriam praticados quando a vítima estava na cama. Às vezes, Sérgio A. gritava-lhe aos ouvidos para que se calasse ou enfiava-lhe os dedos na boca, deixando-a engasgada e momentaneamente impossibilitada de chorar. Noutras alturas, introduzia-lhe objectos e os próprios dedos no ânus.
As agressões verificaram-se onde viviam, no rés-do-chão da habitação dos avós maternos, em Moselos, e aumentaram de intensidade quando, em meados de Novembro de 2005, o pai ficou desempregado. Passou a estar mais tempo em casa, com a mulher e a filha.
O julgamento, tendo em conta a natureza dos crimes praticados – sobretudo devido ao de abuso sexual de criança – decorrerá à porta fechada – de igual forma, a Acusação não foi divulgada. No entanto, as conclusões dos investigadores – parte das quais fundamentadas em declarações de familiares, vizinhos e dos próprios arguidos – não serão muito diferentes das que o Ministério Público (MP) apresenta a partir de amanhã ao colectivo de juízes.
O MP, além das acusações que pedem sobre o pai de Fátima L., estará convicto de que os crimes foram cometidos na presença da mãe, embora esta procure defender-se, alegando que também foi vítima do marido. Mas parece não subsistirem dúvidas: os arguidos tinham consciência de que os seus actos podiam colocar a filha em perigo de vida, além de afectarem o desenvolvimento da sua personalidade.
A bebé teve poucos dias de felicidade: apenas na primeira semana de vida, quando esteve internada com a mãe na maternidade do Hospital de Viseu. Nas quatro vezes que voltou a ser assistida, alguns dos problemas de saúde que apresentava já eram resultado do comportamento agressivo dos pais, como depois se descobriu. Quando recuperava, regressava a casa e ao inferno em que os progenitores a envolveram. Sempre que chorava era vítima de maus-tratos.
À margem do julgamento, está também em debate a alegada incapacidade das Comissões de Protecção de Crianças e jovens para lidarem com menores em risco – a comissão de Viseu tinha sinalizado o caso de Fátima L. desde que nasceu, mas isso não impediu a prática dos crimes. Entre as 17 testemunhas arroladas no processo contam-se investigadores da Polícia Judiciária e da PSP e os responsáveis clínicos dos hospitais de Viseu e Coimbra.

Maltratada desde que nasceu

A menina, hoje aos cuidados da avó materna, nasceu no dia 21 de Outubro de 2005 e desde sempre foi alvo de maus tratos e abusos sexuais praticados pelo pai – um indivíduo cadastrado –, na presença da mãe, que se diz portadora de uma doença do foro psíquico. A 9 de Dezembro de 2005 entrou no Hospital de Viseu com marcas de grande violência e desnutrida. Esteve em coma e só sobreviveu devido aos cuidados médicos da equipa de especialistas liderada por Jeni Canha, do Hospital Pediátrico de Coimbra. Apresentava equimoses, hemorragias e hematomas, além de várias fracturas. Nos três meses seguintes, foi recuperando das mazelas, recebeu alta em Março do ano passado e ficou aos cuidados de uma instituição social do Norte até ser entregue à avó materna.

Fonte: Correio da Manhã, edição 4 de Janeiro, quinta-feira

Comentário:

Esta notícia relata-nos um caso em que os pais maltratam e abusam dos filhos ( cada vez mais estes casos surgem com maior frequência ).
Primeiro gostaria de perguntar:
Como é possível uma pessoa ( o pai de Fátima L. ) ser tão desumano com a própria filha?
Aliás é de uma falta de ética tremenda e moralmente incorrecto não só!!! o pai bater na filha, como também, a mãe, que aparentemente via tudo, não tentar impedir nem comunicar às entidades competentes…!
Mas que pais são estes???

E se o pai é culpado por fazer horrível acção à própria filha, e a mãe por ver e não tentar impedir, que dizer dos vizinhos, família, Estado e Segurança Social, em minha opinião são tão ou mais culpados, pois deveriam ter participado o caso às Comissões de Protecção de Crianças e jovens para lidarem com menores em risco mais propriamente à comissão de Viseu, pois se todas estas pessoas tivessem feito participação do caso, talvez se tivesse evitado parte das agressões e abusos sofridos pela pequena Fátima L.
Diz-se que houve abuso e maus tratos pois o pai em condições superiores à filha causou-lhe danos físicos ( batia-lhe violentamente ), danos a nível sexual ( pois colocava-lhe os dedos e objectos no ânus ) e certamente que lhe causou danos a nível psicológico, pois um bebé que passa por situações desta natureza ficará obviamente com alguns traumas e terá problemas no seu desenvolvimento.

As entidades competentes terão agido de forma ética neste caso ou ter-se-ão limitado a fazer o mínimo possível para evitar que lhes apontassem o dedo e dizer que nada tentaram fazer???
Ou será que essas entidades consideram ético um bebe ter que ser agredido durante todo aquele tempo e só depois ser retirada aos pais???
É de salientar a incompetência com que as autoridades competentes actuaram ( demoraram muito tempo ), em relação a este caso, mais propriamente a Comissão de Protecção de Crianças e jovens para lidarem com menores em risco, em especial a comissão de Viseu ( curiosamente a mesma que “ tratou “ do caso Sara, em minha opinião também aí revelou alguma incompetência ), pois se quando ocorreram as primeiras agressões à criança, esta fosse logo retirada aos pais e entregue a quem realmente gosta de crianças ( por exemplo entregar a criança a uma instituição de acolhimento onde posteriormente viesse a ser adoptada por uma família que realmente a trata-se como uma criança merece ser tratada ou à avó materna como acabou por acontecer mais tarde ).

Não se compreende porque é que os pais optam por ter os filhos e depois os tratam desta maneira ( muito mal ), para isso era preferível que optem por não os ter, existem muitos contraceptivos e de fácil acesso ( por exemplo pílulas e preservativos entre outros ), e as autoridades competentes porque não retiram as crianças aos pais nestas situações??? há tantos casais a querer adoptar crianças…!
Aliás não se compreende toda a burocracia e o tempo ( que é muito tempo mesmo, na maioria dos casos se não em todos ) que é necessária para adoptar uma criança, e já agora, legalizem o aborto, pois pode ser que assim o número de ocorrências em casos de maus tratos a crianças e bebes seja cada vez menor, pois o número de bebes a nascer sem ser desejados irá descer com toda a certeza.

Só espero que o juiz que condenar este pai e esta mãe seja ético e que tenha um comportamento moralmente correcto, com isto quero dizer que a punição a aplicar a estes pais deve ser severa e exemplar, pois um comportamento desta natureza só merece uma punição á altura, e nestes a lei portuguesa devia “ abrir “ uma excepção e permitir a tortura e espancamento, para os pais poderem sofrer tudo o que a pequena Fátima sofreu.
Podemos então dizer que estes pais não são certamente pessoas éticas e muito menos agem de maneira moralmente correcta, pois pessoas que fazem o que este pai fez e o que esta mãe foi incapaz de fazer ( ajudar a filha, ou gostaria ela de ver o pai bater na própria filha??? ) são tudo menos umas éticas.Aliás eu iria mais longe e diria que nem os bichos teriam um comportamento destes, por isso acho que estas pessoas deveriam passar a ser tratados abaixo de bichos!!!

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.