segunda-feira, janeiro 15, 2007

Amniótico derruba barreira ética

Igreja Católica aplaude descoberta de nova fonte de células estaminais.

A Igreja Católica reagiu com satisfação à descoberta, por parte de uma equipa de investigadores norte-americanos, de células estaminais no líquido amniótico utilizadas para criar tecido muscular e ósseo, vasos capilares, nervos e células hepáticas.

O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, Cardeal Lozano Barragán, afirmou que esta descoberta, publicada na revista ‘Nature Biotechnology’, abre vias de pesquisa “eticamente aceitáveis”, ao contrário do que acontece com a investigação, que destrói embriões para obter células. O Cardeal refere ainda que a Igreja “não é obscurantista e está sempre pronta a acolher os verdadeiros progressos científicos”. Feytor Pinto, pároco do Campo Grande e consultor do Vaticano para as questões de Saúde, reforçou esta posição. “A Igreja apenas recusa que se destrua a vida humana num embrião para daí tirar dividendos para sucessos e tratamentos. Não podemos dispor ou destruir a vida humana”, disse. “Deus queira que esta descoberta se confirme e que possamos utilizar estas células para salvar gente”, acrescentou.

As conclusões são de uma investigação que durou sete anos, publicada na última edição da revista ‘Nature Biotechnology’. As células estaminais foram utilizadas para criar tecido muscular e ósseo, vasos capilares, nervos e células hepáticas.
“A nossa esperança é que estas células constituam um recurso valioso para reparar e criar órgãos”, disse Anthony Atala, investigador e director do Instituto de Medicina Regenerativa da Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, na Carolina do Norte (EUA). Há muito que se sabia que tanto a placenta como o líquido amniótico continham células progenitoras múltiplas do embrião em desenvolvimento. “Nós perguntámo-nos: existe alguma possibilidade de encontrar verdadeiras células estaminais dentro desta população celular? A resposta é sim”, afirmou o cientista responsável pela condução desta pesquisa. Ouvido pelo CM, o médico e professor universitário Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, diz que “este trabalho só vem confirmar o que tenho defendido de há uns anos para cá, que é o facto de haver alternativas às células retiradas aos embriões”. E acrescenta: “Além disso, esta investigação tem a vantagem de não levantar problemas éticos, dado não ser necessária a destruição do embrião para obter as células.” Os investigadores norte-americanos apontam ainda outras vantagens destas células em termos de aplicação médica: a sua disponibilidade imediata, a facilidade de recolha – através de amniocentese – e a sua capacidade de auto-regeneração: duplicam-se a cada 36 horas.

Janete Frazão com Lusa
Fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=227035&idCanal=219


Comentário:

Na minha opinião a descoberta de células estaminais veio em resolver muitos dos preconceitos éticos da igreja em relação às investigações científicas, uma vez que esta descoberta poderá levar à descoberta de curas para várias doenças tais como Parkinson, Alzheimer doenças estas que resultam de lesões no cérebro.
As atitudes relativamente à utilização de células estaminais embrionárias para fins de investigação e tratamentos médicos variam de país para país. Na Alemanha, por exemplo, a remoção de células estaminais de um embrião humano é considerada ilegal, enquanto na Grã-Bretanha este tipo de investigação é legal. Neste caso podemos verificar que os valores éticos variam de país para país.
Este assunto da utilização das células estaminais é muito debatido nos dias de hoje numa questão de ética, por isso vários cientistas andam à procura destas células também em adultos através da medula óssea.
Penso que a igreja concorda eticamente com este tipo de investigação, uma vez que não é necessária a destruição de embriões para se retirar as células estaminais, uma vez podem retirar estas células do liquido amniótico. Em vez de se utilizarem as técnicas que se usava anteriormente em que os embriões eram criados a partir um tratamento de fertilidade in vitro, onde alguns ovos são fertilizados e reimplantados na mãe. Caso a mãe conseguisse engravidar os restantes ovos eram doados pelo casal para a investigação ou ser eliminados.
Existem ainda muitas divergências há cerca da criação de embriões para o fornecimento de células estaminais uma vez que nunca se teve em mente implanta-los na mulher. Várias pessoas e alguns governos consideram que a criação de embriões para este fim é eticamente incorrecto.
Penso que os cientistas deveram continuar a procurar mais formas de encontrar este tipo de células sem terem que recorrer à criação embriões humanos. Puderam por exemplo procurar este tipo de células na medula óssea de um adulo que tambem pode desenvolver este tipo de células, assim será mais fácil recolher este tipo de células sem ter de recorrer a destruição de embriões, precisando apenas da autorização de uma pessoa adulta para as recolher o que seria eticamente correcto. Uma vez que se essa pessoa estiver a doença de Parkinson ou Alzheimer as células poderiam ser transformadas de maneira a poderem ser implantadas de novo no individuo sem haja qualquer tipo de rejeição por parte do organismo.
Penso que se a ciencia está num bom caminho para a descoberta da cura de várias doenças que infelizamente impossibilita muita gente.

1 comentário:

zé maria disse...

(em construção)
JOSÉ MARIA PULIDO GARCIA, Nº 4690