Fonte:
5/1/2007, F.P., Correio da Manhã
"Um bombeiro dos voluntários de Almeirim está há sete dias de baixa médica por ter sido agredido por um popular quando combatia um incêndio num armazém agrícola, na freguesia de Benfica do Ribatejo.
O agressor exaltou-se com a forma de actuar dos bombeiros e atacou um dos elementos da corporação a murro, provocando-lhe a fractura de uma costela.
Mesmo debilitado, o 'soldado da paz' manteve-se activo até serem controladas as chamas e depois seguiu para o Hospital de Santarém, onde recebeu assistência médica.
Estiveram envolvidos na extinção do incêndio 23 bombeiros, auxiliados por sete viaturas. O fogo destruiu um tractor, alfaias agrícolas e mangas de plástico."
Comentário:
Nesta notícia, um Soldado da Paz e a sua corporação, combatiam um incêndio, prestando assim um contributo à comunidade, numa acção a todos os títulos louvável, como é característica dos bombeiros, quando de súbito é agredido por um popular. Mesmo debilitado, não abdicou dos "valores " que norteiam a acção de qualquer bombeiro, e manteve-se firme no seu posto e nos seus propósitos, até que as chamas foram extintas e só depois se dirigiu ao Hospital.
Que belo exemplo nos deu este homem, que pensou primeiro na ética da sua profissão e no bem alheio em detrimento da sua própria saúde e depois de ter sido alvo de um comportamento nada ético!
Pela negativa fica o comportamento do popular, que não soube respeitar o trabalho dos outros pondo em risco a integridade física alheia, a qual se encontrava a prestar um serviço à comunidade, serviço esse que é muito mal recompensado financeiramente e fisicamente, pois estes Soldados da Paz colocam em risco a sua própria vida para salvar as vidas dos demais populares.
Até que ponto será ético o comportamento do agressor que não concordou com a forma de actuar dos bombeiros, tendo agredido um deles? Este homem colocou em questão a forma de actuar dos bombeiros, forma essa que foi apreendida pelos Soldados da Paz como a maneira correcta de actuar perante um fogo durante a sua formação.
Será que alguém melhor que os próprios Bombeiros sabe a forma correcta de actuar numa situação destas?
Não contente com a sua discordância da forma de actuar dos mesmos, ainda agrediu um dos bombeiros como forma de manifestar a sua total falta de confiança no seu trabalho, o que é de todo repreensível com quem quer que seja.
Imaginemos que cada um de nós, de cada vez que discordamos de alguém, agredíamos essa pessoa. Não está correcto! Nós não podemos andar a agredir tudo e todos, quando simplesmente não concordamos com a forma de ser ou de actuar de alguém!
Ainda mais, com uma pessoa que devia ser uma das mais respeitadas, como todos os bombeiros deviam ser. Estes, são pessoas que gostam realmente daquilo que fazem uma vez que a maior parte deles trabalha quase de graça, quando deveriam receber um salário do género do vencimento dos futebolistas profissionais, uma vez que estes sim, têm um trabalho louvável e prestam um serviço a toda a sua comunidade.
Quando todos fugimos do perigo, são eles que correm para lá, para tentar ajudar as outras pessoas, sendo que por vezes dão a sua própria vida por alguém ou por populações que nem conhecem!
Esta profissão é muito louvável, no entanto não tem o respeito dos demais cidadãos que deveria ter.
Se as pessoas reflectissem um pouco quando colocam o comportamento dos mesmos em questão, acusando-os de não agir da forma mais correcta, depressa chegariam á conclusão que estes também são seres vivos e humanos, como tal não são os detentores de toda a verdade e sabedoria por isso também têm o direito de errar. No entanto, aquilo que fazem em determinada altura quando estão de serviço, é no seu entender, a melhor forma para o fazer uma vez que se não o fosse, colocariam não só a vida alheia em risco, como também a sua própria vida!
Reflictamos também um pouco sobre a actitude deste bombeiro. Vejamos o quão ético foi para a sua profissão.
Estes homem é agredido quando se encontra a apagar um incêndio num armazém agrícola, armazém esse pertencente a algum popular, que provávelmente nem era conhecido do bombeiro.
Este Soldado da Paz encontrava-se a prestar um serviço à comunidade, facto desde já bastante louvável. Como se não bastasse ele ainda é agredido, mas ao contrário daquele que seria o comportamento mais provável e esperado para cada um de nós não bombeiros, ele permanece no local a lutar contra as chamas com uma costela partida, até que as chamas foram controladas.
Esta actitude corajosa leva-nos a meditar um pouco sobre aquilo que por vezes faze-mos.
Se o bombeiro tivesse tido um comportamento não ético, como aquele que foi alvo, provávelmente iria-se embora deixando os seus colegas com maior dificuldade em apagar o incêndio.
No entanto se todos os restantes 22 bombeiros tivessem a mesma actitude, uma vez que qualquer um deles podia estar na pele do seu colega agredido, provávelmente os estragos causados pelo fogo, teriam sido bem maiores e quem sabe se o armazém se encontar perto de uma população, colocaria as habitações e os própios populares em risco de vida.
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1 comentário:
"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.
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