domingo, janeiro 07, 2007

Combustíveis - Subida de três cêntimos por litro

Impostos pesam 63,9% na gasolina

Notícia publicada no Correio da manhã on-line em 6 Jan 2007-01-06 às 00.00.00
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=226542&idselect=11&idCanal=11&p=200
Os combustíveis aumentam três cêntimos a partir de segunda-feira, reflectindo a subida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) decidida pelo Governo e ontem publicada em ‘Diário da República’. O peso da carga fiscal (ISP+IVA) sobre a gasolina é já de 63,9%. Isto significa que, numa factura de dez euros, 6,39 entram directamente nos cofres do Estado.
Por via do aumento do ISP, o gasóleo passa a custar na maior petrolífera portuguesa, a Galp, 1,028 euros, a gasolina sem chumbo 98 passa para 1,318 euros e a gasolina sem chumbo 95 para os 1,253 euros.Os transportes públicos não vão reflectir este aumento no preço dos títulos, garantiu ao Correio da Manhã fonte do Ministério dos Transportes.O preço dos combustíveis poderá ainda voltar a subir mais 2,1% caso o Governo decida actualizar o valor da inflação. “É uma hipótese em aberto, não estando ainda decidido se será aplicada a actualização da inflação nem quando”, afirmou ao CM fonte do Ministério das Finanças, recordando que, por exemplo, o “ano passado não foi aplicada”.Quanto ao aumento do ISP, já estava previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Este aumento (2,5 cêntimos) vai ser aplicado também em 2008.Também ontem o preço do petróleo caiu para os 54,90 dólares o barril (em Nova Iorque), o preço mais baixo desde 14 de Junho de 2005.

PETROLÍFERAS LONGE DA BAIXA DE CUSTOO preço do barril de petróleo atingiu o máximo de 78,65 dólares no mercado de futuros de Londres, a 10 de Agosto de 2006. Desde então, desceu 41,5 por cento, para 55,59 dólares.Após o recorde da cotação da matéria-prima em Londres, nos postos de abastecimento da Galp, o litro da gasolina sem chumbo 95 custava 1,388 euros; o litro do gasóleo 1,089 euros. Ontem, a petrolífera portuguesa vendia o litro da gasolina sem chumbo 95 a 1,223 euros e o litro do gasóleo a 0,998 euros. Ou seja: nos postos da Galp, o custo da gasolina sem chumbo 95 baixou 13,5 por cento; o do gasóleo, 9,12 por cento. Percentagens idênticas de redução de preço fez a BP para os mencionados combustíveis. Do que se conclui que as referidas petrolíferas não acompanharam a baixa de custo do preço da fonte energética, existindo um diferencial de 27 por cento.Conforme declarou ao nosso jornal Jorge Morgado, secretário-geral da Deco, “as descidas de preços das petrolíferas, em Portugal, tardam e não acompanham as dos mercados londrino e nova- -iorquino.” Isto porque “não existe concorrência benéfica ao consumidor.” CONSEQUÊNCIASRECEITASA subida de 2,5 cêntimos por litro vai significar um aumento de receita em ISP de 140 milhões de euros em 2007 e de 275 milhões em 2008. Em 2006, o Governo arrecadou 2801,1 milhões de euros.AVIAÇÃOA Sata começa a aplicar, a partir de segunda-feira, uma sobretaxa de combustível de cinco euros por percurso nas ligações entre os Açores, Madeira e o Continente. Ida e volta soma dez euros.
ESPANHAO fosso em Portugal e Espanha nos combustíveis volta a agravar-se com este aumento dos preços. Em Espanha, o peso dos impostos fica-se pelos 50 por cento, mais de dez por cento de diferença.



Comentário

Em minha opinião é de lamentar mais uma subida de impostos por parte do nosso governo, através do ISP, possivelmente mais uma manobra governamental para reduzir o défice nacional, mas os reflexos que esta irá ter na economia portuguesa pode ser muito pior, pois trata-se de um bem primordial para o desenvolvimento da mesma. Imaginemos só as empresas de transportes públicos a subir as tarifas, a electricidade (que a EDP já tem anunciada uma nova subida nas suas tarifas para 2007), as empresas de transportes, etc…
Mas como se isso não bastasse, as gasolineiras ainda se aproveitam destes aumentos, enquanto o estado sobe os impostos através do ISP, no valor de 2,5 cêntimos por litro, estas aumentam o mesmo litro de combustível em 3 cêntimos, isto relativamente a alguns combustíveis, como por exemplo a gasolina.
Mais uma vez as famílias vão assistir à baixa dos seus salários reais, sobrando “cada vez mais mês no fim do dinheiro”. Consequentemente iremos assistir a uma subida generalizada de todos os bens de consumo.
Penso que o governo estará a agir sem ética alguma no que toca à responsabilidade social que lhe é atribuída no plano social, esquecendo-se certamente dos milhares de cidadãos que vivem abaixo dos limites aceitáveis de sobrevivência para a condição humana.
Sabe-se que o preço do crude baixou, o euro subiu relativamente ao dólar, mesmo assim as petrolíferas e muito menos o governo permitem o mais ligeiro alívio, uma vez que “sacam” o que podem à constantemente martirizada população portuguesa. Não é de entender que um governo que consome mais de 52% do PIB (conforme dados estatísticos) tenha de continuar a recorrer ao agravamento dos impostos para a contenção do défice, podendo antes, na minha opinião, diminuir a despesa pública, pois embora essa teoricamente esteja anunciada que se está a fazer, não se vê na prática grandes actuações.
Assistimos à comunicação social a informar que o país está cada vez mais endividado, em contradição assistimos ao anunciar do fisco a dizer que está a recuperar cada vez mais milhões, então onde pára o dinheiro?
Sem querer entrar no campo da politica, acho que devo fazer referencia aos sacrifícios que estamos a fazer em função de erros cometidos pelos nossos políticos, e estes são imunes à responsabilidade dos seus actos, pois beneficiam de imunidade parlamentar, política, ou seja lá o que for, em contrapartida somos nós, o povo português que teremos de suportar esta e todas as crises e “cabeçadas” dadas pelos nossos representantes governamentais e deputados parlamentares (das diversas bancadas de oposição ou não), independentemente dos estatutos partidários de que fazem parte.
Esperemos que a situação do nosso país mude e tome um rumo em direcção a uma sociedade eticamente rica em responsabilidades, sejam elas do foro social, ambiental, politico ou económico, garantindo a melhoria da qualidade de vida e o seu bem estar para a nossa população, sem esquecermos as nossas responsabilidades relativas à solidariedade para com os países ainda mais pobres.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.