Artigo:
Portugal desperdiça 60% da energia que consome. Lembrar a dimensão do desperdício ganha relevância esta semana, em que a Comissão Europeia se prepara para apresentar uma nova estratégia para a energia que aponta para poupanças de 20% no consumo até 2020, por via de ganhos de eficiência. Na União, atingir esta meta implica poupar 100 mil milhões de euros e evitar a emissão de 780 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Em Portugal, que importa 85% da energia, este ganho de 20% traria uma poupança de 1,4 mil milhões (com base na factura energética de 2005), quase metade do custo do aeroporto da Ota.
Portugal dispõe já de instrumentos legais para aumentar a eficiência energética nos edifícios - onde se gastam 28% do total de energia -, mas, "por falta de fiscalização", é possível que as boas intenções se fiquem por nada. Nos edifícios de escritórios, por exemplo, a situação é "criminosa", denuncia. "Faz-se um uso abusivo da iluminação artificial, um uso saloio do ar condicionado e um uso pedante dos envidraçados a poente" sem qualquer isolamento que permita conservar energia. A aplicação da Lei, garante, permitiria que nos edifícios se gastasse menos 30 a 70% de energia.
Também nos transportes - que consomem 37% da energia - têm de conquistar-se ganhos de eficiência, mas a "cultura" portuguesa passa pelo uso do transporte particular. "Este é o grande gargalo", lembra o professor.
A solução? "Taxar a entrada dos carros à entrada das cidades, em função da hora do dia, como se faz em Londres" e "melhorar os transportes públicos", aponta o ex-ministro Mira Amaral, que lamenta a "falta de coragem" dos sucessivos governos para "atacar este problema dramático".
Para o responsável, a meta dos 20% de poupança apontada pelo documento que Bruxelas apresenta quarta-feira é, por isso "irrealista" no caso português. "Devia haver modulações da meta, com cada país a ter objectivos diferentes", defende.
António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Energias Renováveis (APREN), sublinha que os ganhos de eficiência estão "intimamente ligados" às energias endógenas, uma aposta que, aliás, tem sido impulsionada por este Governo.
Francisco Ferreira dirigente da Quercus é mais optimista. Acredita na meta dos 20% de Bruxelas, aludindo ao projecto Ecofamílias. "Temos um elevado potencial de poupança, porque partimos com atraso", lembra o responsável, para quem é "fundamental uma mudança de comportamentos" das pessoas, pois, por vezes, em pequenos gestos é possível poupar bastante. "Continua a comprar-se electrodomésticos de categorias menos eficientes e não é o preço que o justifica, porque as diferenças, às vezes, nem existem", afirma. Melhorar a eficiência é, sobretudo, "um problema cultural, social, de comunicação", incluindo política, diz. Congelar aumentos da electricidade "não foi o melhor sinal" que o Governo deu aos cidadãos neste sentido.
Também Mira Amaral acredita que "é pelo preço", além da educação e sensibilização, que se moderam os consumos. "Ainda não se interiorizou, muito por culpa dos políticos, que a energia barata acabou”.
Portugal desperdiça 60% da energia que consome. Lembrar a dimensão do desperdício ganha relevância esta semana, em que a Comissão Europeia se prepara para apresentar uma nova estratégia para a energia que aponta para poupanças de 20% no consumo até 2020, por via de ganhos de eficiência. Na União, atingir esta meta implica poupar 100 mil milhões de euros e evitar a emissão de 780 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Em Portugal, que importa 85% da energia, este ganho de 20% traria uma poupança de 1,4 mil milhões (com base na factura energética de 2005), quase metade do custo do aeroporto da Ota.
Portugal dispõe já de instrumentos legais para aumentar a eficiência energética nos edifícios - onde se gastam 28% do total de energia -, mas, "por falta de fiscalização", é possível que as boas intenções se fiquem por nada. Nos edifícios de escritórios, por exemplo, a situação é "criminosa", denuncia. "Faz-se um uso abusivo da iluminação artificial, um uso saloio do ar condicionado e um uso pedante dos envidraçados a poente" sem qualquer isolamento que permita conservar energia. A aplicação da Lei, garante, permitiria que nos edifícios se gastasse menos 30 a 70% de energia.
Também nos transportes - que consomem 37% da energia - têm de conquistar-se ganhos de eficiência, mas a "cultura" portuguesa passa pelo uso do transporte particular. "Este é o grande gargalo", lembra o professor.
A solução? "Taxar a entrada dos carros à entrada das cidades, em função da hora do dia, como se faz em Londres" e "melhorar os transportes públicos", aponta o ex-ministro Mira Amaral, que lamenta a "falta de coragem" dos sucessivos governos para "atacar este problema dramático".
Para o responsável, a meta dos 20% de poupança apontada pelo documento que Bruxelas apresenta quarta-feira é, por isso "irrealista" no caso português. "Devia haver modulações da meta, com cada país a ter objectivos diferentes", defende.
António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Energias Renováveis (APREN), sublinha que os ganhos de eficiência estão "intimamente ligados" às energias endógenas, uma aposta que, aliás, tem sido impulsionada por este Governo.
Francisco Ferreira dirigente da Quercus é mais optimista. Acredita na meta dos 20% de Bruxelas, aludindo ao projecto Ecofamílias. "Temos um elevado potencial de poupança, porque partimos com atraso", lembra o responsável, para quem é "fundamental uma mudança de comportamentos" das pessoas, pois, por vezes, em pequenos gestos é possível poupar bastante. "Continua a comprar-se electrodomésticos de categorias menos eficientes e não é o preço que o justifica, porque as diferenças, às vezes, nem existem", afirma. Melhorar a eficiência é, sobretudo, "um problema cultural, social, de comunicação", incluindo política, diz. Congelar aumentos da electricidade "não foi o melhor sinal" que o Governo deu aos cidadãos neste sentido.
Também Mira Amaral acredita que "é pelo preço", além da educação e sensibilização, que se moderam os consumos. "Ainda não se interiorizou, muito por culpa dos políticos, que a energia barata acabou”.
Comentário:
Em relação a este problema é só um no meio de muitos que Portugal tem de resolver, que na minha opinião passa sobretudo por sensibilizar as pessoas para a consequência das nossas acções nas gerações vindouras. É uma realidade que na minha opinião se deve à falta de civismo dos portugueses e também acho que muitos não têm consciência que os recursos não duram para sempre e mais tarde ou mais cedo esgotam-se e dos estragos que o nosso comportamento tem no meio ambiente (ex.: biodiversidade, aquecimento global, etc.), uma vez que a maior parte da nossa energia é feita a partir de energias poluentes (e.: petróleo).
A nova estratégia de Portugal, parece-me que é só por causa do que se vai poupar em termos de dinheiro, porque para mim para ser uma medida eficaz o ideal era apostar nas energias limpas e renováveis (ex.: solar, eólica, hidráulica), mas como é obvio é muito mais dispendioso e como o dinheiro é mais importante que tudo o resto… Eu conheço pessoas que saem para irem às compras ou outro sitio qualquer e são capazes de deixar luzes ligadas, televisões, etc. e quando vão lavar a loiça, sempre com a torneira ligada, eu sinceramente não acho normal, eu não o faço por saber que no final do mês vou pagar mais, mas sobretudo pelo meio ambiente!!!!
Em relação à poluição dos automóveis, eu acho dramático que nesta altura, evoluídos como somos, que 99% dos automóveis andem ainda a gasolina ou a gasóleo. Porque é que actualmente todos os automóveis não andam todos a GPL por exemplo? Acho que têm haver muito por causa dos “Grandes do Petróleo” é triste que tudo ande à volta do dinheiro!!! Também já perguntei as pessoas porque é que não instalam o GPL no automóvel e resposta é simples, porque não podem estacionar em parques subterrâneos! Isto é o que eu chamo de egoísmo.
Por exemplo, porque é que as pessoas para onde quer que vão tem de levar o automóvel? Porque é que não andam mais de transportes públicos? As pessoas hoje em dia são muito individualistas, se calhar em dez automóveis apenas um tem mais de uma pessoa, digo eu não sei, mas em vez de combinarem em irem para o trabalho ou para a escola quatro ou cinco pessoas num automóvel, não, cada um leva o seu. Que falta de consciência.
Em relação à medida do ex-ministro Mira Amaral parece-me uma boa ideia, mas em Portugal tenho dúvidas da sua eficácia, esta medida exigiria muita organização e compreensão dos portugueses! Concordo plenamente com Francisco Ferreira, acho que este problema passa sobretudo por pequenos gestos das pessoas no seu quotidiano. No que diz respeito aos electrodomésticos também é muito importante, mas para além das pessoas preferirem sempre o mais barato em vez de apostarem na qualidade, também não são devidamente informadas, talvez se fossem, não haveria tanto desperdício.
Por fim, acho triste ter que se aumentar a electricidade como medida para obrigar os consumidores a poupar mais! Sempre foi assim, por uns pagam todos!!!
A nova estratégia de Portugal, parece-me que é só por causa do que se vai poupar em termos de dinheiro, porque para mim para ser uma medida eficaz o ideal era apostar nas energias limpas e renováveis (ex.: solar, eólica, hidráulica), mas como é obvio é muito mais dispendioso e como o dinheiro é mais importante que tudo o resto… Eu conheço pessoas que saem para irem às compras ou outro sitio qualquer e são capazes de deixar luzes ligadas, televisões, etc. e quando vão lavar a loiça, sempre com a torneira ligada, eu sinceramente não acho normal, eu não o faço por saber que no final do mês vou pagar mais, mas sobretudo pelo meio ambiente!!!!
Em relação à poluição dos automóveis, eu acho dramático que nesta altura, evoluídos como somos, que 99% dos automóveis andem ainda a gasolina ou a gasóleo. Porque é que actualmente todos os automóveis não andam todos a GPL por exemplo? Acho que têm haver muito por causa dos “Grandes do Petróleo” é triste que tudo ande à volta do dinheiro!!! Também já perguntei as pessoas porque é que não instalam o GPL no automóvel e resposta é simples, porque não podem estacionar em parques subterrâneos! Isto é o que eu chamo de egoísmo.
Por exemplo, porque é que as pessoas para onde quer que vão tem de levar o automóvel? Porque é que não andam mais de transportes públicos? As pessoas hoje em dia são muito individualistas, se calhar em dez automóveis apenas um tem mais de uma pessoa, digo eu não sei, mas em vez de combinarem em irem para o trabalho ou para a escola quatro ou cinco pessoas num automóvel, não, cada um leva o seu. Que falta de consciência.
Em relação à medida do ex-ministro Mira Amaral parece-me uma boa ideia, mas em Portugal tenho dúvidas da sua eficácia, esta medida exigiria muita organização e compreensão dos portugueses! Concordo plenamente com Francisco Ferreira, acho que este problema passa sobretudo por pequenos gestos das pessoas no seu quotidiano. No que diz respeito aos electrodomésticos também é muito importante, mas para além das pessoas preferirem sempre o mais barato em vez de apostarem na qualidade, também não são devidamente informadas, talvez se fossem, não haveria tanto desperdício.
Por fim, acho triste ter que se aumentar a electricidade como medida para obrigar os consumidores a poupar mais! Sempre foi assim, por uns pagam todos!!!
Fonte: Jornal de Noticias.
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