Retirado:
http://dn.sapo.pt/2007/01/05/sociedade/tratamento_impede_ashley_crescer_e_l.html pelas 17h do dia 5 de Janeiro de 2007
Tem nove anos e faz tudo... o que uma criança de três meses faz. Ashley nasceu nos Estados Unidos e era perfeita aos olhos da medicina até deixar de desenvolver capacidades motoras e mentais. Em 2004, os pais procuraram a aprovação de um comité ético para que a filha fosse para sempre criança. Com hormonas e cirurgias, os médicos conseguiram que não crescesse mais. E lançaram uma discussão mundial.Os pais – que decidiram tornar público o "Tratamento Ashley" no site http/ashleytreatment.spaces.live.com/blog – justificam a opção de controlar o crescimento da filha como "uma prova de amor". Chamam-lhe "anjo da almofada", porque é deitada, numa cama ou num sofá, que passa a maior parte do tempo. Questionados, respondem: "Um erro comum das pessoas é o de acharem que este tratamento serve para nos facilitar o trabalho de cuidarmos da Ashley. Pelo contrário, o seu propósito principal é melhorar a qualidade de vida dela."A família decidiu falar sobre o caso depois de uma revista científica ter feito um trabalho sobre a Ashley. Nele, explicava-se que o tratamento tinha sido autorizado por um comité ético dos Estados Unidos. Um dos seus elementos, Douglas Diekema, da Universidade de Washington, dizia: "Aprovámos o tratamento porque os pais nos convenceram de que isto era o melhor para a menina." Pouco convencida, a opinião pública deu início à discussão (ver caixa).O polémico tratamento não é mais do que um conjunto de procedimentos médicos que já eram autorizados para outros fins. Inclui uma terapia com estrogénio para limitar o crescimento físico entre 20% e 40% e operações cirúrgicas para que não tenha peito nem menstruação. Sem a intervenção dos médicos, Ashley iria desenvolver um corpo adulto, com a altura e o peso de uma mulher - apesar de ter a idade mental de um bebé de três meses. Para os pais, era evidente que a puberdade lhe traria um desconforto desnecessário. Por isso, quiseram impedir que acontecesse.·"Ela adora Andrea Boccelli"Apesar de raramente conseguir fixar o olhar nas pessoas que com ela interagem, Ashley compreende tudo o que lhe dizem, garantem os pais. Mexe constantemente as mãos e atira os pés. "Muitas vezes parece que está a ver televisão intencional e atentamente", contam, no site."E ela adora música. Quando gosta realmente de uma canção, celebra-a com vocalizos, pontapés e coreografias que faz com as mãos. Adora Andrea Boccelli, nós costumamos dizer que ele é o namorado dela", dizem. Apesar de não conseguir falar, Ashley vai à escola. É acompanhada por professores de educação especial e terapeutas, que preparam actividades só para ela e de acordo com as suas capacidades.Os pais não se cansam de dizer que ela traz "amor à família" e que é um elo fortíssimo na relação do casal. "Não conseguimos imaginar a nossa vida sem ela." Dizem que expressa contentamento quando é visitada e apostam que os reconhece. Mas não têm a certeza.Ashley tem um irmão e uma irmã saudáveis e ambos passam muito tempo no seu quarto. Carregam-na também para a sala de estar. A ela e à sua "aura de energia positiva". Sempre que lhe dão as mãos sentem "uma poderosa ligação com o seu puro, inocente e angélico espírito". Sempre que podem, mudam-na de posição, falam calmamente com ela, levam-na a festas e tomam conta dos comandos da televisão e da aparelhagem, para que não esteja sempre a ver e ouvir o mesmo. Ela agradece como pode. Só tem três meses. E terá três meses para sempre.
Comentário:
Na minha opinião, o tratamento escolhido pelos pais da Ashley será o mais adequado para tal doença uma vez que está tem uma idade cerebral de apenas três meses, o que significa que nunca irá entender o que se passa a sua volta, logo os próprios pais optaram em deixa-la criança para sempre. Visto ser a melhor forma de lhe conseguirem dar alguma qualidade de vida, uma vez que se não decidissem optar por este tratamento a pequena Ashley passaria o resto da sua vida confinada a uma cama, logo não iria participar em algumas actividades familiares.
Este tratamento tem sido bastante polémico, uma vez que nos faz pensar em diversas coisas. Uma delas como eu própria já mencionei de acordo com a sua doença este tratamento parece bastante adequado, uma vez que o seu crescimento ia limitar em muito a sua qualidade de vida uma vez que se ela tivesse um desenvolvimento dito normal iria ficar muito “grande “ para que os seus pais pudessem andar com ela de um lado para o outro. Outra perspectiva é no ponto de vista religioso, desta forma os pais estão a infringir a lei natural das vida, se ela nasceu com esta doença, caberia aos pais irem acompanhando a sua doença a medida do seu crescimento e não tentar contornar com soluções que só Deus sabe se vão ou não originar mais problemas para o seu futuro, os próprios pais não sabem se estas alterações na autonomia do seu corpo não lhe irão causar problemas bem maiores um dia mais tarde. Logo, estão a tentar quebrar o ciclo natural da vida, tudo para contornar um possível problema emocional que ao ver dos pais seria “ desconfortável” para a pequena Ashley. Mas bem visto seria “desconfortável” para eles que teriam de estar em casa confinados a quatro paredes para poderem tratar dela. Não que ela não tenha esse direito mas que ela consiga isso sendo ela mesma não uma versão menor “ e mais fácil de cuidar” simplificada para eles terem menos dificuldades em lidar com ela….
Do ponto de vista ético, cabe aos pais cuidarem dos seus filhos, estes tem o dever de lhe dar banho, vestir, alimentar, cuidar em tempo integral gastar tudo o que tem com a pequena Ashley, e ainda assim a humanidade acha que os pais tem que carregar no colo uma adulta de sei lá quantos quilos...
A humanidade tem que dar graças por estes pais estarem cuidar da sua filha, e não fazer o que a maioria dos casais que passam por situações semelhantes fazem, que é abandonar os seus filhos em instituições ou então dá-los para adopção (isto acontece com crianças perfeitas, imaginem com uma criança com deficiências).
Desta forma, penso que só quem passa por uma situação destas sabe dar valor à escolha destes pais, eles dizem que a decisão de remover o útero e os seus seios atende apenas aos interesses da filha, de forma a esta ter algum conforto e segurança. De certo que pensaram que como nunca vai ter filhos não irá precisar do seu útero, sendo assim não precisará de sentir o desconforto normalmente associado aos ciclos menstruais.
As pessoas não podem julgar este casal, visto que eles apenas estão a pensar na melhor maneira de conseguirem tratar da pequena Ashley, apesar deste tratamento ser para quem está fora, um tanto ou pouco violento, uma vez que eles tiram a uma mulher ( sim porque apesar da doença que padece não deixa de o ser) tudo aquilo que uma mulher tem orgulho em ter. Mas não podemos pensar desta forma uma vez que ela não tem sequer a noção que é mulher. No entanto, para quem trata diariamente dela, acredito que este tratamento vai ajudar me muito. Se formos a pensar, todos nós sabemos que os nossos pais fazem tudo que esteja ao seu alcance para poderem proporcionar aos seus filhos tudo de bom e do melhor para podermos ter uma qualidade de vida melhor, no entanto acho que na maioria das vezes são mal entendidos, as pessoas não vêm isso com bons olhos. É o que acontece com os pais da pequena Ashley, eles terão pensado em mil e uma coisas para lhe poderem dar e terão chegado a conclusão que este tratamento seria a melhor hipótese. Não cabe a nós julga-los, são eles que convivem diariamente com ela e com a sua doença, logo optaram por este tratamento visto ser aquele que melhor se adequa ao estado da sua doença.
Vera Raimundo nº 3800
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1 comentário:
Em comentário à notícia, posso dizer que, na minha opinião, é justo para os pais de Ashley o tratamento que estes decidiram fazer à menina. Este tratamento vai impedir a menina de crescer, o que para os pais, para a menina e para todos os que a rodeiam, vai ser bastante útil, pois ao não crescer mais, ela vai poder ser auxiliada nas suas actividades muito melhor, uma vez que Ashley não tem capacidades motoras nem mentais.
O tratamento feito engloba vários pequenos tratamentos hormonais e cirurgias para que ela não mais cresça, como foi dito. A Comissão ética americana aprovou este tratamento, logo não há dúvidas, que aos olhos da medicina, este tratamento só vai trazer vantagens para a menina, já que lhe vai permitir ter uma melhor qualidade de vida.
Ao serem-lhe administrados estes tratamentos, Ashley vai deixar de se desenvolver, como aconteceria se não os tivesse feito. Como uma mulher adulta, Ashley não teria condições de ter uma vida minimamente confortável, logo é da minha opinião que este tratamento a vai ajudar muito, não só agora, mas também no futuro.
Apesar de ter sido aprovado pelo Comité Ético, este tratamento levanta várias questões, muitas delas até ligadas com a ética. Por exemplo: estarão os médicos a ser éticos, quando realizam este tratamento?; será justo para a menina parar de crescer, não podendo tomar decisões no futuro?; estarão os próprios pais da menina a pensar nela, quando preferem que esta deixe de crescer?; etc..
A meu ver, todas estas questões são válidas, no entanto, não considero que a resposta a elas seja sempre positiva. Em relação aos médicos, acho que estão a fazer o que os médicos devem fazer, que é zelar pela saúde e bem-estar do ser humano que assistem, assim como respeitar a sua vida. Desta maneira, acho que a atitude dos médicos é justificável, pois, mesmo indo contra a moral religiosa de que não se deve infringir a lei natural das coisas, estão a ajudar a menina na sua vida daqui para a frente. Como ela não tem o cérebro desenvolvido e não há hipóteses de isso acontecer, fica presa no desenvolvimento mental correspondente aos três meses de vida, não sendo benéfico para ela continuar a crescer, pois isso trar-lhe-á inconvenientes, pois não poderá ser ajudada pela família da melhor maneira, visto ser uma mulher adulta e como tal, maior e mais pesada do que é agora.
Relativamente à segunda questão proposta, não vejo qualquer razão para não realizar este tratamento com base no pressuposto de que ela não vai poder tomar decisões na sua vida futura. A sua vida futura vai ser igual à que ela tem agora, só que, se não realizar este tratamento vai-lhe ser mais difícil ter uma qualidade de vida dita normal. Em relação ao não poder tomar decisões, ela já não as pode tomar agora, tem o desenvolvimento mental de três meses, como é que as poderá tomar na sua vida adulta se foi comprovado clinicamente que nessa altura o seu cérebro irá estar igual?
No que concerne à atitude dos pais ao realizarem este tratamento, acho que eles não estão a pensar só neles, na melhoria da sua vida, pois iriam ter menos trabalho, menos responsabilidades… Acho que o principal objectivo deste tratamento é a melhoria da qualidade de vida da Ashley, só dela, uma vez que se ela crescesse ia precisar de estar dias inteiros deitada numa cama, sem se mexer, nem poder ser mexida pelos outros, pois seria muito grande e pesada para isso. Assim, com este tratamento, ela vai poder continuar a ter a vida que tem agora, sendo ajudada pelos pais que a movem de um lugar para o outro, brincam com ela, tem irmãos que também brincam com ela. Desta maneira, se ela conseguir, pelo menos ter conhecimento disto, vai ser muito pior para ela crescer e deixar de perceber todas estas actividades para com ela.
Em comentário ao comentário, só posso dizer que concordo com a minha colega, quando ela diz que a humanidade devia dar graças a estes pais que estão a cuidar da sua filha em vez de a deixarem em qualquer instituição para os outros cuidarem dela. Não é à toa que se fazem estes comentários, quantas vezes se vêem crianças com problemas, nem sempre mentais, até físicos, abandonados à porta de instituições de acolhimento para serem tratados, pois os pais não conseguem ou não querem ter esse encargo. Conheço algumas situações assim, dos pais não quererem cuidar dos próprios filhos pois estes não vieram ao mundo como eles queriam. Isto para mim, é que é uma atitude não ética, não a dos pais de Ashley.
Também concordo quando ela diz que Ashley não tem noção do que se passa à sua volta, logo não lhe importa nada os tratamentos que lhe fizeram, como a remoção do útero e dos seios. Para mim, estes órgãos são dispensáveis para quem tem esta doença e precisa de apoio na totalidade das suas funções, até as mais básicas.
Além disto, acho que estes pais não têm a obrigação de explicar a todas as pessoas do mundo que acham que eles não tiveram uma atitude correcta, os motivos que os levaram a iniciar este tratamento. Eles fizeram isto porque acharam que era o mais correcto e o que iria ajudar mais a sua filha, tendo o apoio de médicos, Comités Médicos, etc. Não cabe às pessoas que não sabem nada do caso, pronunciar-se sobre ele, visto que, como já disse, não têm informação suficiente para isso.
Em suma, na minha opinião é ético o tratamento realizado a Ashley, pois vai proporcionar-lhe uma melhor qualidade de vida no futuro, independentemente do que todos os outros pensarem.
Patrícia Pires, nº 4339
3º Ano – Gestão de Empresas
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