segunda-feira, janeiro 15, 2007

"Apito Dourado"
Carolina fala de árbitros de negócios de futebol

A procuradora do processo conseguiu interrogar a testemunha durante vários dias e sempre em segredo.

[ Última actualização às 20:45 do dia 10/01/2007 ]


Carolina Salgado já foi ouvida por Maria José Morgado, a procuradora nomeada com poderes especiais para investigar o processo «Apito Dourado». A antiga companheira de Pinto da Costa falou de tudo o que sabe sobre tráfico de influências com árbitros e negócios suspeitos no futebol. Os interrogatórios duraram vários dias, mas foram sempre realizados em segredo, para evitar o circo mediático em torno da testemunha.
Maria José Morgado instalou-se na Procuradoria-Geral da República desde que tomou conta do processo «Apito Dourado». Mas Carolina Salgado foi interrogada noutro edifício do Ministério Público, para evitar que pudesse ser surpreendida por jornalista à entrada ou à saída dos diversos encontros que manteve com a procuradora.
Carolina foi interrogada horas a fio e com todo o detalha possível neste momento das investigações. As revelações feitas no livro, que confirmou integralmente, formam apenas uma parte da matéria dos autos. A testemunha foi também interrogada sobre os factos que constam de dezenas de processos relacionados com a corrupção no futebol, à procura de elementos que possam ajudar às investigações e até à reabertura de inquéritos entretanto arquivados. A procuradora Maria José Morgado mostrou-se interessada em tudo o que possa ajudar a esclarecer o tráfico de influências com árbitros e os negócios suspeitos do futebol. Nos próximos tempos, Carolina não deverá voltar a ser ouvida.
Notícia TVI
Comentário:
Esta notícia vem demonstrar a corrupção no futebol e a colaboração dos árbitros nestes negócios vergonhosos. Pondo em causa a profissão de árbitros e a ética destes.
Numa sociedade exigente e em constante evolução, não há espaço para pessoas sem ética e moral.
Ética e moral seguem juntas no nosso comportamento. Basicamente, moral é simplesmente o que julgamos correcto, e ética é os instrumentos que determinam o que deve ser correcto ou não.
Na arbitragem de futebol, a ética e a moral são de vital importância para definir o bom árbitro e sempre colocá-lo em posição de destaque em relação ao grupo. Este relacionamento parte sempre de uma boa amizade, do respeito e da admiração pelo trabalho do companheiro, com a vinda destas notícias a público, tanto o árbitro envolvido como esta profissão começam a ser colocadas em causa. Será que são todos iguais? Agem todos do mesmo modo?
Ao comentar ou ilustrar as actuações de outros árbitros de forma agressiva em locais públicos, na imprensa ou até mesmo com seus familiares, expondo possíveis erros ou discordando das interpretações dos lances, das decisões de mostrar cartões amarelos ou vermelhos, coloca a perder sua credibilidade perante o grupo. Isso é péssimo para o árbitro. Isso é falta de corporativismo.

Um bom árbitro nunca fica triste com o seu reconhecimento e nem comenta ou deseja a do companheiro. Desejar ser o melhor ou estar numa partida importante em vez de estar outro companheiro de profissão, é trabalhar muito para chegar lá, provando a si próprio que todos os jogos têm a sua importância, e que através deles e com óptimas actuações, poderá ser recompensado com as partidas que tanto sonhou.
O árbitro deve também saber lidar com situações mais constrangedoras em que, tem de arbitrar um jogo, quando há jogadores que pertencem ao seu círculo de amizade ou conhecidos, pois a regra não lhe permite fazer tal separação para aplicação da mesma. Devendo ser imparcial nesta situação. O tratamento deverá sempre ser igual para todos, independente do grau de amizade. Isso mostra o seu profissionalismo.

No relacionamento com os dirigentes dos clubes, o árbitro deve mostrar respeito, porém não se deve deixar levar pela simpatia de alguns ou arrogância de outros. Há dirigentes que gostam de dar presentes ao árbitro, antes das partidas e falar da arbitragem de jogos anteriores, muitos dos comentários são difamadores.

Os árbitros quando dão entrevistas para a comunicação social, devem lembrar-se sempre da ética e da moral, têm de saber falar e expressar-se, mostrar o seu conhecimento de árbitro. Analisar o seu próprio jogo ou de outro árbitro sem pôr em causa a sua carreira e a dos colegas. Pois qualquer interpretação errada pode levar ao fim da sua carreira e pôr em causa toda a arbitragem. O árbitro deve sempre lembrar-se que está constantemente vigiado, pois sua a imagem e o seu comportamento, principalmente fora do campo de jogo, é simplesmente o seu cartão de visita, quer isto dizer que se for visto a actos ilícitos pode comprometer a sua carreira.

No nosso País, ainda existe o mito de que “se aquele fez o outro também faz”, criando assim mau ambiente, tanto no ambiente futebolístico como em toda a sociedade. E se o árbitro quando entra em campo já tem “má fama”ou se o jogo começa a correr mal, como se costuma dizer “só faz asneiras”, cria divergências entre a assistência, se esta estiver a ver o jogo ao vivo, pode levar o público á violência. A maior parte da má imagem dada pelos árbitros deve-se à má formação dos profissionais de futebol, pois raramente assumem os seus erros e é mais fácil culparem o árbitro.
Os árbitros têm direito a errar, o erro faz parte do ser humano, no entanto é julgado e estes erros são aproveitados por pessoas menos competentes para colocar toda a arbitragem no mesmo “saco”. Não se deve julgar todos de igual modo, cada um é como é. Outra consequência que é colocada para além da má arbitragem, é como fica visto o futebol em si. Será que se continua a acreditar que o futebol é o desporto Rei? Talvez se deixe de acreditar, pois a incorrecta arbitragem leva a comportamentos pouco éticos e pouco profissionais por parte dos jogadores, pondo em causa o próprio desporto. Estas atitudes menos éticas e pouco profissionais, e uma vez que o futebol é um desporto que faz parte de todas as faixas etárias, podem influenciar os comportamentos da sociedade para determinada situação.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.