quinta-feira, janeiro 11, 2007

Comissária com álcool

Uma comissária da PSP, ao serviço do Comando Distrital de Leiria, foi detida por uma patrulha da Brigada de Trânsito (BT) da GNR, terça-feira à noite, por estar alcoolizada com uma taxa superior a 2,0 g/l, ao ser testada na sequência de um acidente de viação.



A oficial da Polícia, de 32 anos, seguia ao volante de um carro ligeiro de passageiros, que embateu na traseira de outra viatura, no IC2/ex-EN1, no cruzamento de Santo Antão, próximo da Batalha, pelas 23h00. A outra viatura envolvida no acidente estaria parada na via, no cruzamento, à espera que os semáforos passassem de vermelho a verde para poder continuar a marcha.

O acidente não causou feridos, mas foi chamada uma patrulha do destacamento de Leiria da BT-GNR, que tomou conta da ocorrência.

Ao submeter os condutores ao teste de alcoolemia, os militares constataram que a oficial da PSP acusava uma taxa superior a 2,0 g/l, o que implicou a sua detenção imediata para apresentação em Tribunal. Até porque a contra-análise manteve um valor semelhante.

Ao aperceber-se do resultado da taxa de alcoolemia, a mulher terá reagiu mal, envolvendo-se numa discussão com os elementos da patrulha que a submeteram ao teste, obrigatório por lei quando há acidentes.

A comissária foi conduzida às instalações do destacamento de Leiria da BT da GNR, onde viria a ser notificada para comparecer no dia seguinte em Tribunal, após o que seguiu para a sua residência.

Ontem de manhã foi presente ao juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Porto de Mós, que decidiu remeter o processo ao Ministério Público para realização do respectivo inquérito. Esta decisão é habitual quando se trata de acidentes, pois envolve outros condutores e as seguradoras.

A comissária está colocada no Comando Distrital de Leiria da PSP, mas há alguns meses que não se encontra ao serviço, por estar de baixa médica.

A Direcção Nacional da Polícia está ao corrente da situação e a acompanhar o caso, tendo determinado a instauração de um processo disciplinar, cujas conclusões poderão ditar a aplicação de eventuais sanções.

“Não podemos estar agora a condenar. Primeiro vamos apurar os factos e depois com certeza que haverá conclusões”, disse ao CM o sub-chefe Américo Pinto, do gabinete de Relações Públicas da Direcção Nacional da Polícia.

Como a oficial se encontra de baixa médica, não se coloca para já a possibilidade de vir a ser alvo de alguma suspensão. O comando de Leiria da PSP não comentou o caso.

UM RISCO PARA A CONDUÇÃO

A ingestão de bebidas alcoólicas aumenta o risco de acidentes. A capacidade de condução é reduzida, pois verifica-se uma diminuição do campo visual e auditivo e da percepção das distâncias e das velocidades. Há ainda um aumento do tempo de reacção e uma maior dificuldade de coordenação motora.

Quem bebe demasiado num curto espaço de tempo fica bêbado, mas, muitas vezes, não tem consciência disso. Os efeitos do álcool dependem da sua concentração no sangue e afecta as pessoas de forma diferente. Normalmente, sentem excitação, agressividade, ansiedade, aceleração dos batimentos cardíacos, descoordenação motora, náuseas, discurso lento e arrastado, vómitos, confusão e sono profundos são alguns dos sintomas associados.

OUTROS CASOS

COMANDANTE

O comandante da Divisão da PSP no Aeroporto da Portela, em Lisboa, foi apanhado por uma patrulha da polícia a conduzir com uma taxa de 3,68 gramas de álcool, numa madrugada de Julho de 2005.

NA CARRINHA DA PSP

Um agente da PSP à civil, ao volante de uma carrinha da Polícia, embateu em cinco viaturas estacionadas numa rua de São João da Talha, Loures, em Agosto. Ameaçou os populares com uma arma e acusou, no local, uma taxa de 3,18 g/l.

O QUE DIZ A LEI

Quem conduzir com uma taxa de alcoolemia igual ou superior a 1,2 g/l incorre num crime. O arguido vai a julgamento sumário e poderá ser condenado a pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias. Como sanção acessória, poderá ficar inibido de conduzir de três meses a três anos.


Localização: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=227160&idselect=10&idCanal=10&p=200


Comentário:

Este é o género de notícia que, infelizmente, já não me surpreende.
A infracção da lei por parte de um agente que a deve fazer cumprir e respeitar é sempre motivo de notícia, já que parece não haver distinção entre o indivíduo e o agente da autoridade. Sejamos honestos, esta notícia passaria despercebida como mais um excesso de álcool entre tantos se a visada não fosse comissária da PSP. Poderia dizer-se que o teste estava errado mas neste caso a contra-análise não deixa motivos para dúvida.
A reacção da comissária também não ajuda, tendo discutido com a patrulha que a submeteu ao teste (que até é obrigatório). Na minha opinião essa atitude deve-se a um mau hábito que existe, os agentes fazem "vista grossa" a outros agentes ou a oficiais hierarquicamente superiores.
Como está de baixa médica (não sei qual a razão) não vai ser suspensa (pelo menos por enquanto), no entanto não deixa se ser um agente da autoridade e devia comportar-se como tal e evitar comportamentos pouco dignificantes para a sua profissão, já para não dizer que a uma pessoa com o mínimo de responsabilidade não lhe passa pela cabeça conduzir com uma taxa de álcool no sangue de 2,0 g/L.
Na minha opinião, casos em que um agente da autoridade infringe a lei não devem ser abafados ou deixados cair no esquecimento mas sim trazidos a público e apontados como exemplo. Em Portugal existe a ideia geral que os agentes da autoridade são "inimigos", possivelmente devido ao longo período de ditadura. Fazem-se campanhas como a Escola Segura e acções de sensibilização junto da população para tentar combater os preconceitos existentes, mas notícias deste género mancham de forma indelével a reputação das forças de segurança públicas.
Qualquer que seja a pena que lhe seja aplicada, esta agente da autoridade vai com certeza ver a sua autoridade diminuída aos olhos do público e , por generalização, toda a autoridade das forças de segurança pública.

3 comentários:

Carmen Cruz nº 2714 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carmen Cruz nº 2714 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carmen Cruz nº 2714 disse...

Esta notícia refere-se a uma comissária da PSP ao serviço do comando Distrital de Leiria, que foi detida na sequência de estar envolvida num acidente, por se encontrar alcoolizada com uma taxa superior a 2.0g/l.
Quando se aprecebeu do resultado da taxa de alcoolemia, a comissária reagiu mal, envolvendo-se numa discussão com os elementos da patrulha que a submeteram a um teste obrigatório por lei, quando há acidentes.
Na mesma noticia há ainda referência a outros dois casos.
O primeiro refere-se a um comandante alcoolizado e o segundo a um agente da PSP que embateu em viaturas estacionadas, ameaçou os populares com uma arma e tendo também apresentado uma taxa de alcoolémia de 3.18g/l.
Todas as notícias, referem-se à infração da lei por parte de quem a deveria fazer cumprir, violando assim o código deontológico dos agentes da autoridade e colocando a dignidade da sua profissão em questão.
Na minha opinião, nos dias de hoje é bastante comum, os agentes da autoridade serem alvo de agressões e falta de respeito, devido aos mesmos terem comportamentos não éticos, fazendo muitas vezes aquilo que tentam impedir os outros de o fazerem, levando assim à colocação da sua autoridade e dignidade, tanto pessoal como profissional, em causa.
Com é que uma comissária da PSP que foi apanhada a conduzir alcoolizada, poderá em serviço, mandar soprar o balão, e se for o caso disso, prender alguém que se apresente alcoolizado?
Com que respeito pela referida comissária é que a população ficou?
Para além de se expôr a si própria, colocou também a dignidade dos outros agentes em questão, através do seu comportamento não correcto.
A sua reacção ao ser supreendida com o resultado do teste, foi também uma atitude não ética, pois quando verificou que estava a agir fora da lei, discutiu com a patrulha que a submeteu ao teste, que provavelmente deveriam ser agentes inferiores a si hierárquicamente, como forma de os tentar dissuadir do seu comportamento, colocando assim a autoridade dos colegas em questão à frente do outro condutor envolvido e de possíveis testemunhas do acidente.
Para além da referida comissária se encontrar a contrariar o seu código deontológico, ela sabe que a ingestão de bebidas alcoólicas aumenta o risco e acidentes, como se veio a verificar.
Quem ingere bebidas alcoólicas e de seguida vai conduzir, representa um grande risco tanto para ela, como para os outros, pois a sua capacidade de condução é reduzida através da diminuição do campo visual, auditivo e a percepção das distâncias e das velocidades, um aumento significativo do tempo de reação e uma maior dificuldade de coordenação motora.
Assim o comportamento da comissária e dos autores dos outros dois casos referidos pela notícia, apresentam vários comportamentos não éticos.
Primeiro vão contra todos os princípios éticos quando ingerem bebidas alcoólicas e de seguida vão conduzir, colocando a suas próprias vidas em risco e a das outras pessoas, em segundo lugar, desrespeitam a lei, lei essa que tentam fazer cumprir, contrariando o seu código deontológico e desprestigiando assim a sua profissão.
Este género de comportamentos, só trazem desprestígio para as profissões e devem ser colocados ao conhecimento de todos, como forma de servir de exemplo para todos aqueles que tentam fazer cumprir a lei, fazendo-os lembrar que o seu dever é tentar minimizar o não cumprimento da lei e que os seus comportamentos que contrariam o seu código, só irão servir para a perda da credibilidade, respeito e autoridade, de que deveriam ser alvo por parte de todos os cidadãos.
Ouvimos muitas vezes, agentes a queixarem-se que durante o seu horário de serviço, são alvos de falta de respeito e desobediência, mas não se lembram que são os comportamentos deles próprios que levam a este tipo de atuação perante os mesmos.
Mais ainda, o comportamento de um único agente, se for considerado não ético, vai influenciar não só a opinião das pessoas em relação a esse agente, mas sim em relação a todos os agentes da autoridade.
Destes casos pode tirar-se a conclusão que todos os nossos comportamentos, tenhamos nós a profissão que tivermos mesmo que não sejamos agentes da autoridade, vão-se repercutir na nossa dignidade própria e contribuir para o respeito e dignidade da nossa profissão e por consequinte dos nossos colegas!
A comissária foi presente ao Jiz de Instrução Criminal do Tribunal de Porto de Mós, que decidiu renmeter o processo ao Ministério Público para realização do respectivo inquérito, decisão habitual quando se trata de acidentes devido a envolver outros condutores e seguradoras. agora teremos de aguardar para verificar o que realmente irá aconteçer à comissária.
Em relação à punição por aprte da sua profissão, e comissária encontra-se de baixa médica hà alguns meses, pelo qual não irá ser alvo de uma suspensão, pelo menos por agora, o que na minha opinião está errao!
Mesmo que a comissária se encontre de baixa médica ela continua a ser agente da autoridade que deve fazer cumprir a lei, e não desrespeitá-la!