Noticia - 12.01.2007 - 15h04 Lusa
O defesa central do Benfica Luisão foi hoje condenado a 40 horas de trabalho comunitário, depois de ter sido detido a conduzir com uma taxa de alcoolemia de 1,44 gramas por litro de sangue. De acordo com uma fonte ligada ao processo, não identificada pela Lusa, o internacional brasileiro foi condenado a uma sanção socialmente útil, não ficando inibido de conduzir, pelo facto de ser uma figura pública.Luisão foi interceptado numa operação da Polícia de Segurança Pública na Avenida da Índia, em Lisboa, nas primeiras horas da madrugada, tendo acusado uma taxa de alcoolemia de 1,44 gramas de álcool por litro de sangue (dez por cento de margem de erro).Jogador foi identificado e seguiu para casaDepois de ter sido identificado, o jogador regressou a casa e apresentou-se esta manhã no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, onde, de acordo com a mesma fonte, não chegou a prestar declarações, o que contraria informações anteriores.À chegada ao centro de estágio do Benfica, no Seixal, o defesa central afirmou tratar-se "de um problema particular", acrescentando que não quer que este caso "atrapalhe a grandeza do Benfica".
Comentário:
Na minha opinião este caso que fez noticia, levanta claramente uma problemática sobre ética, na sociedade em que estamos inseridos. Como sabemos, a taxa de alcoolémia de 1,44 gramas por litro de sangue, em posição de condutor, é crime, segundo a lei. A lei exige, para além do pagamento de uma coima, a presença em tribunal da pessoa em causa. Estes factos aqui mencionados estão claramente na notícia. Agora a questão que se levanta provêm desta frase “não ficando inibido de conduzir, pelo facto de ser uma figura pública”. Na minha perspectiva, acho que existem muitas pessoas no nosso país que se colocam em situações de vantagem perante o resto da sociedade, pois sabem que são pessoas de reconhecimento público e actuam conscientemente em decisões pouco éticas, decisões que sabem estar moralmente erradas. No “mundo do futebol” isso evidencia-se diariamente. Assim, e principalmente quando se trata de jogadores de clubes de grande prestígio, existe uma zona indefinida muito vasta entre o certo e o errado e usada como desculpa para não se preocuparem com a ética. Um indivíduo, que paga os seus impostos, que utiliza o seu veículo para trabalhar, que age civicamente, mas que não tem notoriedade ou não é uma figura pública estava, desde logo, “engolido” por multas e situações que certamente o prejudicariam bastante. Não quer dizer que isso não devesse acontecer pois se um indivíduo é surpreendido pelas autoridades a conduzir sob o efeito do álcool, obrigatoriamente merece ser punido. Agora, porque é que com este jogador de futebol do Benfica não é punido pela lei que supostamente devia ser igual para todos? Qual é a diferença entre a profissão dele e uma outra profissão qualquer? Tem vantagens porquê? Estas são questões que no nosso país se levantam muito, e em diversas situações que deixam em nós o sentimento de injustiça. Mas as circunstâncias destes comportamentos não responsabilizam somente estas pessoas públicas, mas também a justiça que existe no nosso país. Podemos perceber que a nossa justiça esta corrompida e não possui perspectiva. No meu ponto de vista existe falta de capacidade de ver o que é realmente importante em determinada situação. O importante não é o indivíduo que transgrediu a lei, mas sim o acto por si próprio. Não pode haver discriminação entre duas pessoas que foram “apanhadas” com uma taxa de alcoolemia de 1,44 gramas de álcool por litro de sangue, só porque uma delas é o Luisão do Benfica e outra o “Zé da Esquina”.
No mundo em que vivemos existem cada vez mais situações deste género, cada vez são mais notórias as diferenças que existem no nosso país! E eu pergunto-me porquê? Se a lei existe, é para todos e é para ser cumprida, porquê isso não acontece com todas as pessoas? Sejam elas pessoas prestigiadas e conhecidas ou sejam pessoas como nós que lutamos por uma vida melhor! Cada vez mais são integradas nos programas escolares dos alunos surge a consciencialização da importância da ética não só empresarial, mas também no nosso quotidiano, contudo também cada vez mais assistimos no dia-a-dia nos meios de comunicação social a situações como é o caso desta, e não só, que nos levam a concluir que quem tem poder e é conhecido e prestigiado consegue sempre escapar às leis do nosso país. Consegue sempre sair sem punição e sem castigo, por vezes seja qual for a situação em que se encontre. No caso do Luisão, simplesmente porque se trata de um jogador de um clube de futebol prestigiado e conhecido, isso não devia ser suficiente para, ao ser apanhado nas circunstâncias em que foi, o salvaguardar de ser punido como qualquer cidadão comum. Talvez ele, ao ficar inibido de conduzir e devido ao salário que aufere, pudesse sem dificuldade alguma pagar a um motorista!
São estas situações que nos fazem pensar e ver que o nosso país está cada vez a tomar um rumo pior. São este tipo de situações que por vezes levam o cidadão comum a agir sem pensar e de forma muito pouco ética! Na minha opinião a justiça e as leis do nosso país tem cada vez mais lacunas! Basta analisar este caso e concluir que situações como esta se repetem cada vez mais no nosso país, sem pensar em outras desta natureza que nem sempre estão ao alcance do nosso conhecimento. Como é possível uma pessoa envolvida numa situação deste tipo ser punida através da prestação de serviços comunitários durante 40 dias??? Não é esta a punição prevista na lei que supostamente deveria ser igual para todos!!
Fonte: http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1282242&sid=&highlight=benfica%20luisão&web=VT
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1 comentário:
"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.
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