Uma investigação da PJ e da Inspecção Tributária aos sistemas de fuga ao fisco em restaurantes detectou um sistema que consiste numa «chave» que pode alterar os dados de 50 a 60 mil caixas registadoras
VISAOONLINE 9 Jan. 2007
As caixas-registadoras dos restaurantes, cafés, bares e discotecas têm, na sua maioria, uma chave própria, com o nome de «Chave de Treino», que é activada para permitir a fuga ao fisco, avançou à Lusa fonte ligada à investigação da PJ e da Inspecção Tributária.
Ao ser introduzida na registadora, a dita chave «pára o rolo de impressãooficial (Rolo de Controlo) e continua a imprimir as vendas a dinheiro sempre com o mesmo número e sem as registar no Rolo de Controlo», sublinhou a fonte.
Quando a «Chave de Treino» é retirada da caixa-registadora, o sistema volta a imprimir as vendas a dinheiro de forma normal continuando a facturação até então suspensa.
Este processo é adaptável a caixas-registadoras quer de empresas da restauração quer de vendas a retalho, dos mais diversos sectores do comércio.
Além das registadoras, um total de oito programas de software comercial utilizados para restaurantes e cafés têm, à disposição na Internet, programas complementares que podem ser descarregados e adaptados para sistemas de fuga ao fisco.
Ao todo - calculam os investigadores - haverá em Portugal, pelo menos, 25 mil programas informáticos vendidos com software adaptável para fuga aos impostos, usados pela maioria dos comerciantes do ramo.
A mesma fonte garantiu que 90% dos restaurantes, cafés e bares do país recorrem a este tipo de programas, sendo a fraude ao fisco generalizada.
A Polícia e a Inspecção Tributária detectaram já 400 restaurantes que usavam um programa informático de contabilidade paralela, criado por duas empresas da Póvoa de Varzim, que omitia a facturação real.
No total terão sido encontrados 50 milhões de euros de facturação escondida através do programa informático.
Fonte:
http://visaoonline.clix.pt/default.asp?CpContentId=332497
Comentário:
Infelizmente nos dias que correm hoje este tipo de noticias começam a ser mais frequentes e a chocarem-nos menos.
Em minha opinião este caso tudo tem a ver com uma grande falta de profissionalismo e uma grande falta de ética empresarial uma vez que estes restaurantes e bares arranjaram uma chave de modo a não pagarem os impostos ao fim do ano.
Isto só prova que estes tinham como objectivo prejudicar o Estado e os clientes de modo a enriquecerem de modo nada profissional.
Para a sociedade de hoje a aplicação da ética profissional nas profissões e nas organizações é algo muito importante, pois é esta que permite a sobrevivência das empresas.
Portanto as empresas devem perceber que sem a aplicação da ética nunca será bem vista aos olhos da sociedade e dos seus clientes.
Vemos situações destas porque as pessoas acham que se forem pela economia paralela tudo será mais fácil, o que é um grande engano pois isso em vez de fazer crescer e economia e o Pib do nosso país, só faz com que Portugal se continue a atrasar em relação aos outros países da União Europeia.
As pessoas queixam-se que Portugal está atrasado, não desenvolve e que tem tudo caro, mas esquecem-se que são actos que como estes que estão a praticar, façam estar Portugal na cauda da Europa principalmente na economia.
Esperemos que o Estado seja implacável em situações como estas, para que nós contribuintes ,cumpridores da lei não tenhamos de pagar pelo erro dos imorais.
Se todas as empresas agissem dentro dos padrões éticos, estas só tenderiam a crescer, desde a estrutura em si, como aqueles que a compõem.
Infelizmente tal não se verificou nestas 400 empresas e quem sabe se não existem mais restaurantes nesta situação…
A ética na empresa tem como objectivo garantir que os funcionários saibam lidar com determinas situações e que a convivência no ambiente de trabalho seja agradável.
É óbvio que se verificou tal situação, senão não teria ocorrido uma situação como estas, além disso a partir do momento que os funcionários soubessem de tal informação deviam ter denunciado os patrões ainda que isso os levasse a perderem os seus empregos, isto teria sido uma atitude sensata, ética e só demonstraria alguma responsabilidade social.
Estes restaurantes antes de terem ido pelo caminho errado deviam ter pensado no chamado “Questionário Ético” que é constituído por três questões, sendo elas:
1.É legal?
Estarei a violar, quer o direito civil, quer a política da empresa, quer os direitos dos trabalhadores?
2.É equilibrado?
Será justo para com todos os implicados tanto a curto prazo, como a longo prazo?
Promove relações em que todos ficam a ganhar?
3.Como me vou sentir comigo próprio?
Vou sentir-me orgulhoso?
Gostaria que a minha decisão viesse publicada nos jornais, e nos blogues?
Gostaria que a minha família soubesse?
Gostaria que me ficassem a recordar na empresa pela decisão que tomei?
Adaptado de “The Power Of Ethical Management”, by Kenneth Blanchard, and Noman Vincent Peale
Se as empresas tivessem pensado nisto facilmente teriam chegado à conclusão que nunca deveriam ter adquirido essa chave.
Estes restaurantes não respeitaram a ética do lucro.
Tendo em conta que o lucro é a parte delicada de uma determinada organização onde a empresa se encontra inserida, estas devem ter um especial cuidado no momento em que estão a planeá-lo.
Isto quer dizer que se as empresas pretendem impor-se no mercado, desenvolver-se e crescer perante a concorrência não devem ser desleais e antiéticos perante os seus clientes.
Assim chegamos facilmente à conclusão que o lucro é o objectivo dos negócios, que as empresas desenvolvem para cumprir a sua meta.
Se estes restaurantes tivessem cumprido esta ética do lucro ainda hoje estariam abertos e em vez de andarem de boca em boca pelo lado negativo, andariam na boca das pessoas pelo lado positivo.
Se estes restaurantes e a maioria das restantes empresas tivessem um código ético feito por elas, situações como estas não se verificariam.
Espero que os donos destes 400 restaurantes sejam punidos severamente pelos crimes que cometeram, uma vez que fugir á algo muito grave e só prejudica ainda mais a situação do Estado.
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1 comentário:
"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.
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