domingo, janeiro 14, 2007

Gemma Atkinson quer fama à custa de Ronaldo

Noticia retirada do sítio da Internet do jornal "Correio da Manhã", datado de 13 de Janeiro de 2007 e escrita por Helena Isabel Mota e Rita Montenegro
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=227321&p=22&idsel

Namorar com Cristiano Ronaldo é claramente sinónimo de popularidade. Foi o que parece ter visto o agente de Gemma Atkinson quando decidiu juntar o nome da actriz inglesa ao do craque.



Segundo a Imprensa britânica, Dave Read foi o responsável pelas notícias do alegado envolvimento de Ronaldo e Atkinson. Uma estratégia de marketing para trazer à ribalta o nome daquela que, um dia, sonha ser ‘Bond Girl’.

“É mentira que Cristiano Ronaldo se relacione com essa senhora. Fala-se que ele namora com uma inglesa, mas ela não é Gemma”, garantiu um jornalista do tablóide ‘News of the World’, deixando claro: “Foi Dave Read quem viu o jogador do Manchester como a galinha dos ovos de ouro para a sua agenciada. E conseguiu. Desde que o ‘The Sun’ publicou a notícia, Gemma tem sido muito assediada pela Imprensa britânica e internacional para falar sobre um romance que não existe. Ela agora é uma estrela mundial.”

O Correio Vidas tentou entrar em contacto com a actriz inglesa, mas o seu agente fez tudo para o impedir, chegando ao ponto de dizer: “Gemma não gosta de jornalistas e, por isso, não fala com eles”, declarou. Por diversas vezes, Dave Read alegou que a actriz estava em estúdio a gravar o programa ‘Soapstar’, da ITV.

Dave Read, quando confrontado com as acusações que a Imprensa britânica faz à sua pessoa – em que o acusa de tentar aproveitar-se da imensa popularidade de Cristiano Ronaldo para lançar a actriz inglesa – negou esse facto. “Não comento esse tipo de afirmações”, respondeu peremptoriamente, remetendo posteriores informações para Gemma Atkinson, “se e quando ela quiser falar com jornalistas.”

Como é seu hábito, Cristiano Ronaldo não fala da sua vida amorosa, mas um familiar do jogador admite: “Efectivamente, ele tem uma amiga especial inglesa, mas não é Gemma.” No entanto, a manobra de Read poderá dar certo, tal como aconteceu com Merche Romero. O mediático namoro aconteceu depois de os boatos surgirem na Imprensa.

Comentário:

É importante analisar esta noticia do ponto de vista ético na óptica de três "intervenientes": o agente da modelo (Dave Read), a própria modelo (Gemma Atkinson) e os jornais sensacionalistas ingleses (vulgo "tablóides").
Comecemos por analisar o comportamento do agente. Como empregado de uma agência de modelos é sua obrigação cumprir as ordens que lhe são dirigidas que, neste caso, são promover o melhor que pode e sabe as modelos que tem a seu cargo e seguir o código de conduta que essa mesma empresa segue.
Dave Read quebrou, claramente, um principio ético ao inventar uma noticia de modo a promover a sua "protegida". Porque é que a agência para a qual ele trabalha não o despediu ou penalizou? Simples. À custa desta falsa noticia a sua modelo acabou por conseguir publicidade a nível mundial, praticamente sem custos e a uma velocidade tremenda. Convenhamos que iria ser preciso uma enorme campanha publicitária (com todos os custos inerentes à mesma) para se conseguir iguais resultados.
Com este caso, a agência e o agente abriram um grave precedente (ou será que esta agência já permitia este tipo de comportamentos?) visto que estão a praticar concorrência desleal em relação a outras agências ou, até mesmo, em relação a todas as outras modelos (representadas por esta agência/agente) e que se podem sentir enganadas ou desfavorecidas.
Por outro lado, do ponto de vista da agência/agente, foi um golpe de génio não muito diferente de outros esquemas utilizados no mundo da moda, onde todos os dias aparecem novos rostos que necessitam ser promovidos o mais rapidamente possível e a qualquer custo, seja moral, seja monetário.
Passemos agora a analisar o ponto de vista da modelo. Depois da notícia ser publicada nos jornais, a mesma já admitiu que tudo não passa de um boato e que ela e Cristiano Ronaldo são apenas amigos.
Esta sua declaração vai contra o que declarou o seu agente o que, supostamente, se poderia considerar uma "repreensão" pública ao seu "manager", mas não. Esta foi apenas mais uma oportunidade que a senhora teve para se auto-promover ao conceder esta entrevista. É óbvio que ela saiu bastante beneficiada desta "confusão". Mas será que partiu dela esta ideia? Parece minimalista discutir esta questão visto que a mesma está a aproveitar-se da situação e nenhuma das suas acções faz prever que ela reprova este "acto". O mais correcto a fazer seria, talvez, mudar de agência e de agente de modo a desmarcar-se totalmente desta "trapalhada" e para marcar a sua posição. Mas fazendo um exercício de "faz de conta", coloquemo-nos no lugar de Gemma. Ela, supostamente, não teve nada a ver com a notícia e está apenas a aproveitar todo o mediatismo que a mesma está a provocar. Seria justo abandonar a agência/agente no preciso momento que se tornou uma estrela à escala mundial? Numa área tão competitiva como é o mundo da moda, onde existem muitos "jogos de bastidores", será que esta notícia, que não atenta contra ninguém nem é difamatória, não é muito mais "limpa" do que outro tipo de esquemas?
Finalmente vamos analisar esta notícia no ponto de vista dos jornais ingleses que a publicaram.
Do ponto de vista ético, parecemos estar perante um segmento de jornalismo ligeiramente à margem das condutas adoptadas por outros jornalistas em geral. Os "tablóides" ingleses, bem como vários jornais sensacionalistas espalhados por todo o mundo, não se preocupam com o conteúdo das notícias publicadas mas sim com o impacto que as mesmas podem provocar nos leitores. A notícia não tem que ser real. Eles não a investigam a fundo. Se existir uma testemunha que afirme um facto que pode ser potencialmente escandaloso, o mesmo não é investigado relativamente à sua veracidade. O mesmo se passa com as fotos. Costuma-se afirmar que "uma imagem vale mais que mil palavras". Mas para os "papparazzi" não interessa o que se está a passar no momento mas sim o que uma foto tirada de um determinado ângulo pode sugerir.
Tudo isto viola os princípios éticos que regem o jornalismo que devem promover a informação verdadeira e não o sensacionalismo.
Para analisarmos o ponto de vista destes jornais sensacionalistas é necessário analisar igualmente, de forma geral, a sociedade. Não será que existem muitas pessoas que estão mais interessadas em saber os "mexericos" e notícias sobre a vida privada das celebridades que não se importam com o conteúdo da mesma e menos ainda se a mesma foi confirmada ou não? Só assim se explica o enorme sucesso que este tipo de jornais tem por todo o mundo. E não podia ser de outra maneira. Não existe jornal (ou qualquer outra actividade com fim lucrativo) que sobreviva se não tiver clientes. E, ao fim ao cabo, os jornais apenas reproduziram uma notícia que foi posta a circular por o agente da dita modelo. Se por um lado era de bom jornalismo investigar bem a veracidade da notícia, por outro lado, quem melhor que o "porta-voz" da senhora para saber esta novidade? O que nos poderia levar a questionar se a jovem quereria que se soubesse do seu (suposto) envolvimento amoroso com o futebolista. Mas aí já estaríamos a entrar noutra área igualmente delicada.
Em jeito de conclusão pode-se afirmar que foram violados certos princípios éticos mas que foram suplantados, como acontece tantas vezes, pela vontade de auto-promoção e por dinheiro.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.