domingo, janeiro 07, 2007

Governo satisfeito mas preocupado com sinistralidade rodoviária de 2006

Notícia consultada no dia 07-01-2007, no Público.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1281745&idCanal=90

Governo satisfeito mas preocupado com sinistralidade rodoviária de 2006
07.01.2007 - 15h53 Lusa

"O secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, disse hoje que encara a sinistralidade rodoviária de 2006 com um "misto de satisfação e preocupação", alegando que, apesar do decréscimo de vítimas mortais no ano passado, os números "ainda são demasiado altos".

"Temos [Governo] um misto de satisfação e preocupação, como sempre, relativamente aos números da sinistralidade rodoviária. Portugal continua a ter uma sinistralidade demasiado alta e temos de fazer um enorme esforço para continuar a diminuí-la", sustentou o membro do Governo.

Ascenso Simões falava aos jornalistas no Governo Civil de Évora, após presidir à entrega de três motorizadas à PSP (para o policiamento de proximidade) e outras tantas à GNR (no âmbito do programa Escola Segura), tendo esta última corporação recebido ainda um aparelho de GPS.

De acordo com os dados divulgados na última semana pela Direcção-Geral de Viação (DGV), verificaram-se 850 mortes nas estradas portuguesas entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2006, o que representa uma diminuição comparativamente com os números de 2005, em que foram contabilizadas 1094 vítimas mortais. Apesar dessa diminuição de 22,3 por cento no número de mortes, relativamente a 2005, mais de duas pessoas morreram diariamente nas estradas no ano passado.

Os números de feridos graves (3424 em 2006, enquanto em 2005 tinham sido contabilizados 3762) e ligeiros (43.150 pessoas, contra 45.487 de 2005) também registaram uma diminuição.

Um balanço que o secretário de Estado da Administração Interna considerou que se aproxima dos "objectivos" que estavam programados atingir "em 2009", mas que não vai "fazer parar" o trabalho para "continuar a diminuir a sinistralidade". "Pela primeira vez, temos menos de 900 mortos, mas não estamos satisfeitos, porque a vida de cada cidadão é demasiado importante e o caminho que há que fazer ainda é enorme, para que a sinistralidade rodoviária se situe ao nível dos países mais desenvolvidos da Europa", argumentou.


Diminuição de vítimas atribuída a quatro factores

Segundo Ascenso Simões, o decréscimo deveu-se essencialmente a quatro factores, encabeçando a lista uma "nova forma de olhar a condução", consequência das alterações introduzidas ao Código da Estrada.

"O código da Estrada trouxe novos comportamentos às pessoas através de um conjunto de novas penalizações, quer pela ausência do uso cinto de segurança, quer pela condução ao mesmo tempo que falam ao telemóvel ou pelo pagamento na hora de determinadas coimas", frisou.

As novas vias de comunicação entretanto abertas à circulação automóvel, que "aumentaram consideravelmente a segurança nas estradas", e a "nova forma de actuação das forças de segurança", cujos meios foram "reforçados pelo Governo", foram outros dos factores enumerados.

Por último, o governante elogiou a "atenção especial" que foi dada à monitorização dos números dos acidentes rodoviários a nível distrital e salientou o "papel decisivo" dos governadores civis para a diminuição da sinistralidade. "Todos os meses, com as indicações que tinham sobre essa área, os governadores civis sabiam como se comportar e como ajudar as forças de segurança, atacando nos pontos mais difíceis", disse.

Por outro lado, Ascenso Simões também garantiu que, actualmente, existe uma "nova forma da sociedade civil abordar estas questões", de que é exemplo a última época de Natal. "Houve nove instituições que fizeram campanhas contra a sinistralidade", sublinhou.

Quanto à condução nas cidades, área em que ainda há um "número muito significativo de acidentes", o Governo vai, este ano, atribuir apoios às autarquias para a implementação de medidas relacionadas com a mobilidade, transportes e estacionamento nas áreas urbanas.

"Temos uma dotação no orçamento para um programa chamado 'Mobilidades', que se destina a valorizar as melhores práticas nesse âmbito", disse o secretário de Estado, dirigindo elogios ao "bom exemplo" existente em Évora, onde há uma empresa municipal que gere o trânsito e estacionamento, tarifado e não só, com autoridade para autuar os automobilistas."


Comentário:
Na minha opinião uma diminuição do número de mortos, do número de feridos tanto graves como ligeiros de 2005 para 2006 é um facto importante. Sabemos que a sinistralidade na estrada é uma coisa que irá sempre existir mas é bom saber que pelo menos apresenta tendência para diminuir. É chocante ver que mais de duas pessoas morreram diariamente no ano de 2005 nas estradas. Segundo o secretário de Estado da Administração Interna, o objectivo é atingir um nível de sinistralidade que se situe ao nível dos países mais desenvolvidos na Europa. Eu acho que mesmo quando esse objectivo for cumprido, a sinistralidade será ainda uma preocupação. Não é por termos ficado iguais aos mais desenvolvidos que um morto na estrada não signifique que ainda há sinistralidade e que esse facto levou a que uma pessoa tivesse morrido… Enquanto continuarem a morrer pessoas na estrada isso irá sempre ser uma preocupação…
Segundo o secretário de Estado, uma das principais causas para a diminuição da sinistralidade deve-se às alterações ao código de estrada. É verdade que os valores das coimas aplicadas são maiores e talvez por isso as pessoas circulem com mais precaução, não falem tanto ao telemóvel enquanto conduzem e usem o cinto de segurança adoptando uma postura mais consciente dos efeitos dos seus actos contra a sua própria vida e a dos outros utentes da via e também contra a sua própria conta bancária!
Outro aspecto que o secretário de estado acha relevante é o facto de novas vias de comunicação terem sido abertas e a nova forma de actuação das forças de segurança. Sim, vias com melhor pavimento, com melhor visibilidade melhoram a segurança, mas nova forma de actuação das forças de segurança? Apesar de se ter a informação que há centenas de polícias na estrada nas épocas propícias a acidentes não é difícil fazer uma viagem sem se encontrar um único…
Por ultimo a condução nas cidades continua a gerar inúmeros acidentes. Apesar de em algumas cidades as vias poderem ser melhoradas e poderem ser impostos limites de velocidade mais rigorosos, o estilo de vida apressado que se vive nas grandes cidades do país irá sempre provocar acidentes porque muitas vezes as pessoas vão ao volante sem que o seu pensamento se encontre com elas fazendo o caminho habitual quase de cor.Uma coisa é certa, a sinistralidade não só em Portugal como no resto do Mundo é razão de preocupação porque como já disse uma morte significa que houve uma perda de uma vida e enquanto isso acontecer não pode haver descanso. Mais do que impor regras com coimas de valores enormes, talvez ensinar os utentes quais os comportamentos éticos a se ter na estrada e mais importante que tudo, que há pessoas que muitas vezes perdem a vida quando nem sequer estavam ao volante por falta de civismo daqueles que iam a conduzir.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

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