Leigos do Porto assumem empenho pelo Não.
"Positivamente Não" porque todos os argumentos para negar o aborto são positivos. Com base nesta posição a Comissão Diocesana de Ética e Vida do Porto apresentou ontem um documento, onde aponta a responsabilidade como única via para impedir a despenalização do aborto sem qualquer fundamentação.
O texto, intitulado “Somos responsáveis por nós e pela Família Humana”, será agora debatido em todas as vigararias através da dinamização dos vários movimentos laicais do Porto que assim se juntam a esta campanha. Sessões de esclarecimento que contam também com a presença de médicos, juristas para além dos responsáveis dos próprios grupos laicais.
“O que está em causa é avançar com uma despenalização de aborto sem necessidade de qualquer explicação”, sublinha à Agência ECCLESIA, Filipe Almeida da Comissão de Ética. Porque da pergunta colocada a referendo, “basta uma decisão de querer abortar sem que haja necessidade de qualquer fundamentação de saúde que possa interferir na vida do feto, embrião ou da mãe, basta um querer pessoal”.
A Comissão chama a atenção que esta atitude implica “disponibilizar por completo a vida humana aos interesses de uma mulher sem ter de justificar a ninguém as razões da sua decisão, tornando a vida humana ao sabor de tudo e de nada”, explica Filipe Almeida.
A ética pede que as decisões de cada pessoa tenham por base uma fundamentação que possa tornar razoável essa escolha, tomando assim opções conscientes, e “a reflexão ética tem de estar presente no momento das nossas decisões”, explica, porque caso contrário o desejo de interromper a vida sem qualquer justificação “do ponto de vista ético muito superficial e pouco responsabilizante”.
Claramente baseados nos argumentos da doutrina católica, pretendem acima de tudo sublinhar os argumentos éticos, “sendo a responsabilidade o valor cimeiro da ética”.
Segundo revelam na página www.positivamentenao.com, os grupos e associações de leigos apontam, na questão formulada, a necessidade de envolver “vários actores e comprometer cada um de nós na resposta que deve ser dada. Nesta questão, decisiva para a nossa cultura, estão em discussão não só as mães-mulheres, mas os filhos (todos os filhos), os pais, a sociedade, a democracia, a ciência, a vida humana”.
“Aos ombros da mulher é colocada a responsabilidade de responder, solitariamente, a todas as questões envolvidas numa gravidez; o filho não é propriedade dos pais, nem aqui no seu início biológico; a figura do pai é completamente marginalizado em todo este articulado legislativo”, assinalam.
Estes grupos afirmam ser “urgente a protecção dos mais vulneráveis, dos mais desprotegidos, dos mais frágeis”, numa altura em que as propostas de inclusão estão nas agendas políticas será justo propor a exclusão de humanos do tecido humano a que pertencem?”, pode ler-se na sua reflexão.
Outro argumento explanado é a responsabilidade social “eminentemente ética que pede que se cuide dos indefesos, desprotegidos, vulneráveis”.
A Comissão Diocesana de Ética e Vida formada há um ano, entendeu ser esta uma altura que não podia deixar de emitir um parecer sobre a questão do aborto. “A afirmação de um grupo de cidadãos com base católica tem uma palavra de contributo para essa reflexão, considerámos ser este um momento oportuno de participação”, aponta Filipe Almeida, “tornando o mais claro possível o que está em discussão”.
A dinâmica "Positivamente Não" reuniu cerca de 50 especialistas em Bioética, Biologia, Bio-Direito e Filosofia, que vão percorrer toda a Diocese do Porto em sessões de esclarecimento sobre o que está em causa no referendo.
A primeira sessão arrancou ontem e vai estender-se a Santa Maria da Feira, Paredes, Marco de Canaveses, Vila do Conde, Oliveira de Azeméis, Penafiel, Matosinhos, entre outras localidades, até ao próximo dia 11 de Fevereiro.
Comentário
A interrupção voluntária da gravidez que é um dos grandes problemas que afecta a sociedade portuguesa e não só, que está a ser bastante debatida nestes dias devido a questão da sua futura legalização.
A minha opinião em relação a este tema é o seguinte:
Acho que em certos casos deveriam permitir o aborto por exemplo, nos casos em que a gravidez é o fruto de uma violação nestes casos a gravidez não é desejada e não faz sentido colocar mais uma criança neste mundo para sofrer, ou em caso que a mãe não esta preparada nem fisicamente nem psicologicamente e muito menos economicamente para sustentar um filho. Em caso da legalização acho que deveriam implementar algumas restrições pois nem todas as mulheres que abortam estão nas mesmas circunstancias há outros intervenientes no aborto que merecem ser julgados é que tirar a vida a um ser humano ( para mim a vida humana existe a partir da sua concepção) é em si mesmo criminoso todavia o aborto não é só uma questão da politica mas sim o respeito pela vida humana é um valor absoluto que deve ser defendido, melhor dizendo devem respeitar os valores éticos acerca da vida humana, sem se esquecer que a pratica do aborto está a trazer problemas as mulheres, como por exemplo fortes infecções que por vezes leva a morte, outras vezes as mulheres que praticam o aborto ficam incapacitadas de voltar a ter filhos.
Por outro lado não concordo com a legalização pelo menos na sua totalidade, por um lado porque o aborto é uma violação injusta contra o ser humano que nem todas as razões possam justificar como eticamente correcto, e por outro lado porque a legalização não é o caminho para resolver o drama do aborto clandestino este pode ate diminuir mas também pode não diminuir, porque nem sempre todas as mulheres tem condições financeiras para pagar uma clínica e fazer um aborto legal, neste caso a única saída é recorrer ao aborto clandestino.
Fonte: http://agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=41213
quinta-feira, janeiro 11, 2007
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1 comentário:
(em construção)
José Pulido Garcia, nº 4690
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