http://jn.sapo.pt/2007/01/05/sociedade_e_vida/professoras_criam_metodo_inovador.html
Um novo método de identificação de problemas de linguagem em crianças dos dois aos seis anos foi desenvolvido por duas terapeutas da fala portuguesas e apresentado ontem em Lisboa.Com a designação de Teste de Avaliação de Linguagem na Criança (TALC), este instrumento pretende colmatar a falha ao nível de testes em Portugal para avaliar as crianças de tenra idade, como explicou uma das professoras da Escola Superior de Saúde de Alcoitão, Eileen Sua-Kay, uma das criadoras do TALC.Como explica a terapeuta da fala, até agora os testes eram meras traduções dos criados em inglês. Com este instrumento, a avaliação pode ser feita totalmente em português através de um manual de examinador, um livro de imagens, um conjunto de objectos de madeira a ser usado pelas crianças e folhas de registo. Eileen Sua-Kay revela ainda que o TALC permite a elaboração de um plano de intervenção que pode ser usado por quem trabalha com as crianças.Os problemas ao nível da linguagem podem ser assim despistados precocemente e as crianças encaminhadas para especialistas na matéria. O TALC faz uma avaliação ao nível da Compreensão e Expressão da Linguagem na área semântica e pragmática. Uma vez que, como admitiu, "em termos de linguagem as nossas crianças têm uma estrutura linguística diferente", os objectos escolhidos neste teste foram baseados em capacidades linguísticas características de determinadas etapas de desenvolvimento normal da linguagem. O método inovador foi inicialmente testado em 210 crianças, apenas da região da Grande Lisboa. Contudo, após a análise dos primeiros resultados, foi elaborada a versão final do TALC, realizada a 580 crianças de vários jardins de infância, de diferentes regiões do país continental e também dos Açores.
Comentário
A título de introdução a esta notícia posso avançar que a sociedade cada vez mais exige respostas inovadoras aos diferentes e complexos problemas que, de uma forma imprevisível, se colocam a cada instante. Particularmente nos nossos dias em que a espécie humana se tem de confrontar com problemas tão diferentes e complexos, o desenvolvimento de um pensamento vasto e poderoso torna-se desesperadamente urgente. Cabe, em particular, à educação um papel fundamental no que respeita à inovação, quer se tratem de comportamentos quer de atitudes. Cada vez mais as mudanças se sucedem e alastram a todo o globo e, de uma forma ou de outra, as diferentes sociedades e culturas têm de enfrentá-las, à sua maneira. Sobre a Inovação já muito se disse, muito se fez, muito há a criar. A inovação é uma atitude. É a capacidade de imaginar o que não existe; de adoptar a novidade, de questionar a rotina, de escrutinar os hábitos.
Inovar é aproximar o futuro, fazendo com que se participe continuamente neste processo. Nesse sentido são necessárias atitudes que tendam a criar ou a controlar uma situação, tomando para isso iniciativas.
É por isso notável o excelente empenho profissional destas professoras da terapia da fala, aliado a uma conduta ética, que lhes atribui o dever de proporcionar àquelas crianças oportunidades educativas, que são fundamentais para a sua educação e bem-estar, ao contribuir simultaneamente para o seu desenvolvimento educacional, social e cultural.
Devemos de realçar o código de ética profissional que lhes assiste, fundamentando-o como um compromisso individual e colectivo dos professores e do pessoal de apoio à educação. Complementam leis, estatutos, regras e programas que definem o exercício da profissão. É também um instrumento que tem como objectivo ajudar os professores e o pessoal de apoio à educação a responder às questões relativas à sua conduta profissional e, em simultâneo, aos problemas que surgem no relacionamento entre os diferentes parceiros educativos.
Segundo o Código de Ética na actividade educacional, a educação pública de qualidade, tem o dever de proporcionar a todas as crianças e jovens as mesmas oportunidades educativas que são fundamentais para o bem-estar da sociedade, ao contribuírem para o seu desenvolvimento. Os professores e pessoal de apoio têm a responsabilidade de fomentar a confiança da comunidade na qualidade dos serviços que se espera que ofereçam. O exercício de critérios responsáveis está no centro da actividade profissional e as acções dos professores e do pessoal de apoio, dedicados, competentes e comprometidos na ajuda a cada aluno para que alcancem todo o seu potencial, são essenciais para proporcionar uma educação de qualidade.
Posto isto, penso que as professoras em causa têm presente uma forte consciencialização da ética da sua profissão, sem esquecer que à experiência e ao empenho dos professores e também ao pessoal de apoio devem associar-se boas condições de trabalho, o apoio da comunidade e políticas capazes de proporcionar uma educação de qualidade. Só quando todos os componentes necessários estão nos seus devidos lugares é que é possível a estes cumprir totalmente as suas responsabilidades para com as crianças da comunidade onde trabalham, permitindo-lhes aumentar a sua satisfação profissional e o seu prestígio perante a sociedade, além de que lhes são reconhecidas as suas responsabilidades inerentes à profissão em que laboram, podendo estas atingir um confortável nível de conduta ética e profissional, potenciando a sua auto-estima, principalmente em relação aos colegas e aos pais dessas crianças, mas também relativamente à sociedade em geral.
Com o reconhecido empenho destas duas profissionais penso estar em condições de afirmar que estão em permanente actualização dos seus conhecimentos profissionais, tentando estas desenvolver atitudes dignas que garantam um futuro animador, que neste caso concreto se destina a crianças com dificuldades acrescidas ao nível da fala.
É de esperar o mais breve alargamento deste método às várias instituições empresariais, sejam elas públicas ou privadas, que comportem este tipo de profissões, esperando contudo que os seus colaboradores directos e indirectos, se empenhem com a devida ética profissional e que essas instituições em causa se rejam também, se possível, pelos seus próprios códigos de ética.
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1 comentário:
"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.
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