Sempre que um produto passa para lá de Elvas este perde valor. Por mais assustadora que pareça tamanha afirmação, ela é bem verdadeira. Um mesmo produto, vende por menos dinheiro se tiver uma etiqueta “Made in Portugal”, do que venderia se tiver na mesma etiqueta “Made in Italy”. Uma desvantagem que é terrível, não só porque os Italianos são reconhecidamente pouco fiáveis, quanto mais porque significa que os Portugueses são ainda piores.
O resultado dá que o produto português tem uma percepção de qualidade (um valor) ao pior nível que se encontra pelo mundo globalizado. Uma depreciação que se verifica no mesmo tempo histórico em que os Portugueses alcançaram um nível de rendimento que os impede de combater a fraca percepção de qualidade (o fraco valor) dos seus produtos, com uma mais evidente vantagem de preço, a compensação que fazem os chineses, bem melhor do que nós.
Esta falta de competitividade da economia portuguesa, existe porque à Marca Portugal e aos produtos portugueses, não se lhes reconhece valor. Isto para usar uma das fracas concepções da economia, porque se quiséssemos ser rigorosos, as marcas não têm valor, as marcas apenas representam uma promessa que, quando há essa promessa, pode ser muito valioso, mas não é bem um valor.
Adiante, no caso da Marca Portugal, já foi dito que aquilo que lhe pode valer é tornar a origem nacional reconhecida como uma garantia de Conforto. Afinal, Portugal é um país pacato e bonacheirão a quem fazer pelo descanso fica bem e que, pelo mesmo raciocínio, se fazer passar por ocidental e tecnológico figurão, ficará sempre algo mal. Em linguagem mais científica, a solução para a Marca Portugal está em assumir uma promessa de conforto, aplicável a todos os seus produtos. Se o que o que for português, por ser português, se tornar internacionalmente reconhecido como sendo confortável, os produtos portugueses passarão ganhar algum valor ao passar a fronteira. Resolvendo, não de uma vez, mas de vez, os problemas de financiamento do País.
Um dos mitos mais valorizados pelos parasitas da gestão de marcas, é um conceito apelidado de valor da marca. Diz-se por aí, que a marca é um açúcar nos negócios, transformando qualquer dieta em sobremesa. Mas acontece que a marca não é nenhum açúcar e quanto muito, será o sal. A marca, tal como o sal, não têm qualquer valor nutritivo, não alimenta nenhum accionista. Ainda assim, na devida proporção, tal como sal destaca o sabor da comida, também a marca destaca nos produtos, aquilo que de melhor estes têm para oferecer a quem os quiser comprar.
Este efeito das marcas enquanto o sal dos negócios, é dado pelo Motivo de Compra, o que, já ficou descrito, como sendo o motivo para comprar um determinado produto em detrimento dos produtos equivalentes e concorrentes. No caso da Marca Portugal, o Motivo de Compra deveria ser, também já foi dito, ser mais confortável do que os estrangeiros. Ou seja, quando alguém por esse mundo fora pensar num produto de Portugal, imediatamente deveria reconhecer que se trata de algo confortável e que por ser português e ser confortável, vale mais dinheiro, do que ser japonês e duro de sentar.
A marca e o seu Motivo de Compra unicamente excelente são sinalizadores da razão para preferir um determinado produto dessa marca a outro produto idêntico mas de proveniência distinta. Para funcionar devidamente, o Motivo de Compra deve ser antes de mais, algo único e também insuperável.
Assim, ser confortável é um bom motivo para que os estrangeiros comprem o que é produto português. Primeiro, porque de único, facilmente se vê que até agora nenhum outro país se apropriou deste conceito de sopas e descanso. Tanto quanto é verdade, que nisto de ser confortável, Portugal é capaz de ser insuperável, pois nem os mais viajados conseguirão encontrar um local mais pacato e habitável, do que este rectângulo com 800 anos de pouca história e uma quase irritante tendência para não se empolgar.
Em resumo, o Departamento de Marketing de Portugal deveria escolher como Motivo de Compra para a Marca Portugal, o ser Confortável, algo que, traduzindo em português, quer dizer que no fim deste trabalho, qualquer euro-consumidor deverá ser capaz de reconhecer, que deve comprar o produto português sempre que estiver à procura de algo confortável para se sentar.
Fonte:Diario Economico,4 Janeiro de 2007, Nº1042
Comentário
Se no mundo do mercado nos depararmos com um mesmo produto, em que um tem etiqueta “Made in Portugal” e o outro tem etiqueta “Made in Italy” logo verificamos que o produto que tem a etiqueta “Made in Portugal” vende por menos dinheiro. Pois estes são conhecidos como sendo pouco confiáveis na produção e fabrico dos seus produtos. Em que um produto português dá a percepção de uma “má” qualidade a nível mundial perdendo por isso o seu valor.
Esta falta de competitividade da economia portuguesa existe porque os ainda não foi reconhecido o valor dos produtos portugueses, ou seja da marca Portugal.
Para que os produtos portugueses sejam reconhecidos no mundo do mercado temos de lhe dar uma garantia de conforto, ou seja, se tornar os produtos internacionalmente reconhecidos como sendo confortáveis, os produtos portugueses passarão a ganhar algum valor para lá da fronteira. Resolvendo assim muitos dos problemas de financiamento do país.
Ser confortável é um bom motivo para que os estrangeiros comecem a comprar os nossos produtos. Em que os estrangeiros ao verem a Marca Portugal reconhecessem que se trata de um produto confortável e que vale mais dinheiro do que um produto chinês.
Por isso e que o Departamento de Marketing deveria escolher para a Marca de Portugal, o ser Confortável, em que qualquer consumidor devera se capaz de reconhecer e comprar um produto português sempre que esteja à procura de algo confortável.
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