terça-feira, janeiro 09, 2007

Trabalhadores da Yazaki Saltano responsabilizam Governo pelos despedimentos

Li e retirei esta noticia do site http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=18739, publicada no dia 08/01/07.
A notícia fala sobre a empresa Yazaki Saltano, que anunciou ao público no dia da publicação da notícia, o despedimento de 533 trabalhadores da unidade de componentes automóveis de Ovar, na sequência do fim da produção das cablagens para o modelo Toyota Corolla. Estes responsabilizam o Governo por ter «dado o aval» ao processo de despedimento colectivo da multinacional japonesa, sem serem contactados.
Os trabalhadores desta empresa aprovaram uma proposta, na qual responsabilizam o Governo pelos despedimentos, uma vez que parece que este foi o principal responsável pelo acontecimento e, responsabilizam, ainda, por não terem sido avisados antecipadamente do que ia suceder.
Segundo os trabalhadores que foram despedidos, a empresa ofereceu a cada um deles, uma recompensa caso estes se “comportassem bem” antes de serem despedidos, o que os deixou completamente desagradados.
Ainda na moção realizada pelos trabalhadores, estes referiram que jamais aceitariam uma esmola da empresa, de forma a desistirem de lutar pelos seus direitos e interesses, uma vez que, para mais, os trabalhadores garantem terem alertado a empresa de que nada estava a correr como o previsto e, que era necessário tomar medidas para solucionar os problemas da empresa.
Por seu lado, a empresa alega que tem vindo a procurar novos contratos no sector automóvel. No entanto, devido à deslocalização para outros países, que se faz sentir neste sector, não conseguiram realizar novos projectos. Defende, ainda, que conseguiu manter 150 postos de trabalho, com a criação de um Centro de Protótipos Europeu e com a divisão da Yazaki Corporation, mas que este facto não se revelou suficiente para compensar a perda do Toyota Corolla. Logo, não foi possível manter os postos de trabalho dos 533 trabalhadores.
Por fim, a empresa declara que só não é possível manter o actual volume de emprego porque não foi aprovada a produção, por parte da empresa, de novos produtos alternativos, tais como painéis solares e contadores de gás.
Comentário:
Acho, primeiramente, que é completamente inaceitável que a empresa tenha decidido despedir os 533 trabalhadores, sem qualquer aviso prévio e, para mais, age como se estivesse a “gozar” com os mesmos, oferecendo-lhes uma recompensa, caso se comportem bem antes de serem dispensados, isto é, caso desistam de lutar pelos direitos que, é certo, têm.
Não é eticamente correcta a atitude que estão a ter para com estas 533 pessoas. E, o mais perturbador, é que como este caso há, ou houveram, vários, durante os últimos anos. Quantas vezes ouvimos casos destes na televisão e lemos este tipo de notícias nos jornais? E onde é que está a ética estabelecida por empresas que tomam este tipo de atitude?
Era suposto que com o passar do tempo, os comportamentos éticos fossem aumentando na vida de todas as pessoas, tanto profissionalmente como pessoalmente, mas ainda existem muitas empresas, como a Yazaki Saltano, por exemplo, que nunca souberam estabelecer um código de ética para os seus trabalhadores, e, isso é visível na forma como estes foram tratados aquando o seu despedimento, uma vez que foram praticamente subornados, pela própria empresa, para desistirem de lutar pelos seus direitos e interesses. Com um código de ética bem definido, esta empresa não teria necessidade de tomar uma atitude deste género, pois haveria, acima de tudo, honestidade, lealdade e respeito entre os funcionários e os seus superiores, o que leva a um bom relacionamento entre eles, pois neste caso é visível que não há. E, muito provavelmente, a empresa teria regras bem estabelecidas que certamente não a levariam, tão facilmente, a uma situação de crise como a que está a viver neste momento e, que leva os seus trabalhadores a passarem por algumas dificuldades.
É verdade que a empresa fornece algumas informações sobre o seu estado actual, os seus projectos e o motivo pelo qual se viu obrigada a dispensar alguns funcionários. No entanto, não explica o que deveria ser considerado por ela como o mais importante, isto é, porque não explicam eles o facto de não terem falado com os trabalhadores, antecipadamente, sobre o que ia suceder? E, porque não fizeram comentários às acusações dos trabalhadores, relativamente ao bónus que lhes tencionam “oferecer”, caso desistam de lutar pelos direitos que têm enquanto trabalhadores da empresa?
Parece que a Yazaki Saltano, tal como muitas outras empresas do nosso país e não só, só se preocupa com o seu bom-nome e não com o bem-estar das pessoas, que dedicaram tanto a esta empresa e que contribuíram para o que ela é hoje.
Para finalizar, não posso deixar de mencionar que na minha opinião, é necessário que uma empresa tenha consciência que um código de ética não pode ser elaborado de “ânimo leve”. Importa, primeiramente, compreender os trabalhadores, as suas necessidades e contribuir positivamente para o bom ambiente entre eles. O estabelecimento de regras deste género não deixa margem para injustiças ou para maus-tratos, mas tem que ser aprovado por todos e “seguido à risca”. No entanto, ao estabelecer ética numa empresa, é necessário que se sinta que se está a fazer o que é mais correcto, não só para contribuir para o aumento do lucro da empresa, mas também para permitir o bom funcionamento desta e bom ambiente entre todos os seus colaboradores.

1 comentário:

Orlando Roque disse...

"Notícia Inválida" por ausência de conteúdo ou ligação ético-profissional.